Por Tiago Cordeiro - Postado por Abraao Na Rede
O imbróglio Ronaldinho revela uma das posturas mais desprezíveis que a
gestão Patrícia Amorim trouxe ao Flamengo. O expediente baixo e sujo de
“fritar” um profissional para forçar sua saída espontânea. Nesse tipo de
confusão vale todo tipo de intimidação. Cercar o carro, tentar coagir e depois avisar para a imprensa que o cara tem seguranças armados e por aí vai.
Não foi só com Ronaldinho. Vanderlei Luxemburgo enfrentou dúzias de
situações semelhantes que incluem até um dirigente que criticou um
reforço do gerente-técnico para repórteres. O técnico do Grêmio tem
longa passagem pelo futebol mundial e sabe bem do que ele é feito. Não
afinou e se segurou no cargo até o fim. Foi recompensado com uma multa
rescisória que lhe deu aproximadamente R$ 4 milhões. Ronaldinho também
se segurou como pôde, mas optou por outro caminho. Infelizmente, não era
o que a diretoria esperava. Uma rescisão nada amigável.
E nesse cenário, lembramos de Zico e sua saída.
Arthur Antunes Coimbra, como alguns preferem chama-lo, cometeu uma pá de
erros em sua gestão. Contratou muito mal quando se falou em jogadores
(Val Baiano e Borja são os melhores exemplos) e foi muito pior em
relação à comissão técnica ao apostar
em um fraquíssimo Silas, insistir no despreparado Rogério e aceitar a
substituição da comissão fixa do clube. Pouco se fala no boicote que
sofreu de dirigentes, o que ficou foram seus erros.
E com tudo isso, Zico pediu para sair. Hoje, pouca gente se lembra, mas
todos os dias havia denúncias que jamais foram comprovados: lucro com a
transação X, filho recebendo Y e por aí vai. Mesmo procedimento: vamos
fritar quem queremos que saia. Com o clube brigando na parte de baixo,
Arthur saiu para se tornar novamente Zico. Levou consigo as
denúncias, não trouxe nenhum prejuízo com sua rescisão e saindo, as
denúncias desapareceram. Talvez porque Luxemburgo - uma figura acima de
qualquer suspeita, certo? – assumiria em seguida.
Rei morto. Rei posto.
E hoje, quando vemos sair o camisa
dez que não aguentou o peso de um manto, mas quis roubar outro tanto
lembramos de quando quem servia de escudo não virou uma espada contra o
Flamengo. Vamos lembrar de quem ainda hoje é taxado por alguns de
covarde, fujão, incompetente e jamais responde, impedindo que o debate
se prolongue. Que o escudo CRF se manche mais. Lembremos mais uma vez do
mártir Zico.
Porque nas lembranças o Flamengo jamais envergonha. Porque os torcedores
só lembramos das coisas boas. Que seja assim com Arthur, o mártir Zico.
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