Por GloboEsporte.com - Postado por Abraao Na Rede
Partida de mais erros do que acertos tem gols de Nilton e González e noite de altos e baixos para o goleiro Fernando Prass
Esteve longe, muito longe de ser um jogo bonito. E ficou perto, muito
perto de ter um vencedor. Os vascaínos, até os 41 minutos do segundo
tempo, tinham o direito de argumentar que não existe feiura na vitória,
ainda mais em um clássico. Mas o Flamengo, depois de muito martelar,
conseguiu quebrar a defesa adversária e buscou o empate por 1 a 1 na
noite deste sábado, no Engenhão, que recebeu 5.971 pagantes (9.416
presentes).
Com isso, os rubro-negros ampliaram para 11 jogos a sequência invicta
contra o rival pela principal competição do país. Os cruz-maltinos não
vencem pelo Brasileiro desde 2006. No período, são quatro vitórias do
Flamengo e sete empates. O resultado deste sábado acabou evitando uma
injustiça. O Vasco vencia até os últimos minutos, mas era muito inferior
em campo no segundo tempo.
O gol do Vasco foi marcado por Nilton, em pancada de falta, ainda no
primeiro tempo. González empatou após falha de Fernando Prass, que era o
destaque da partida até ali. Com o resultado, o time treinado por
Gaúcho foi a 55 pontos, na sexta colocação, e despede-se do Brasileirão
contra o Fluminense, no próximo domingo. O Flamengo, com 49, é o 11º, e
encara o Botafogo um dia antes.
O primeiro tempo da falta
Foi um primeiro tempo de faltas. E em mais de um sentido: de falta de
organização, de falta de inspiração, até de falta de perícia; e de
cobranças de falta mesmo. A pobreza de Vasco e Flamengo no período
inicial deu indícios de que as duas equipes só fariam nascer gols em
lances de bola parada. Ambas tiveram oportunidades assim. Mas apenas os
cruz-maltinos aproveitaram.
Foram 45 minutos feios, de jogadas atrapalhadas. O Flamengo começou
um pouco melhor, como quem avisasse que dominaria o período. Mas durou
pouco. Passados dez minutos, o Vasco equilibrou a partida e até
encontrou momentos de predominância em campo.
Repetiram-se falhas técnicas – só Hernane, do Flamengo, sofreu com a
bola três vezes. Com os erros, foram escassas as chances de gol.
Cruzamento perigoso de Wellington Silva, aos 21 minutos, não rendeu gol
porque Hernane não conseguiu concluir. Pouco depos, Jonas arriscou de
longe, e Paulo Victor defendeu. Ramon também tentou, sem sucesso.
O Vasco usava Tenorio para confundir a marcação rubro-negra – ele
voltava constantemente para buscar o jogo. O Flamengo tentava usar as
laterais para amenizar a distância entre o meio-campo e o ataque. Mas
faltava muito para algum deles chegar ao gol em uma jogada trabalhada.
Gol mesmo, só se fosse de… falta.
Pois foi. Aos 33 minutos, Nilton ajeitou a bola distante da área, não
muitos passos longe da intermediária. Paulo Victor colocou apenas dois
jogadores na barreira. Deu ao volante um campo de visão raro. E pagou
caro por isso. A pancada de perna direita passou com a velocidade de um
projétil na direção da rede. Quando o goleiro pensou em cair, já era
tarde: 1 a 0 para o Vasco.
Mas a equipe treinada por Gaúcho resolveu testar o veneno no próprio
corpo. Diante da inabilidade do Flamengo para invadir a área, o Vasco
passou a oferecer uma coleção de faltas nos arredores dela. Cleber
Santana acertou a barreira em uma das cobranças. A bola desviou na zaga e
quase entrou em outra, de Renato Abreu, que fez Fernando Prass
trabalhar em mais uma.
Mas a melhor oportunidade rubro-negra foi pelo alto. Após cobrança de
escanteio, González concluiu como ordena o manual do cabeceador: firme,
no canto, para baixo. Mesmo assim, não marcou. Fernando Prass teve
agilidade e precisão para cair junto à trave e fazer uma defesa
espantosa.
Flamengo ao ataque
O primeiro tempo terminou com equilíbrio na posse de bola: 50% a 50%.
Com apenas cinco minutos de etapa final, o Flamengo já tinha 53%. Com
dez minutos, já estava em 56%. E justifica-se: só os rubro-negros
quiseram jogar futebol logo depois do intervalo.
O Vasco exagerou no tamanho do recuo em campo. Passou a apelar para
faltas. E o Flamengo, com Wellington Bruno no lugar de Cleber Santana e
Nixon na vaga de Hernane, soube conquistar o domínio territorial.
Um Flamengo amontoado, por vezes com jogadores tomando a bola de
colegas, passou a enfrentar um Vasco encaixotado, dependente de
eventuais contra-ataques. Se alguém fosse fazer um gol, estava na cara
que seria o Rubro-Negro.
Gaúcho percebeu que a vitória estava sob risco. Resolveu agir. Sacou
Marlone, colocou Dakson – uma aposta, um estreante. Pouco depois,
retirou Eder Luis e investiu em Carlos Alberto. Mas o Flamengo continuou
melhor. Aos 19 minutos, Ibson encontrou Renato na área, de frente para o
gol, pronto para marcar. O chute, porém, foi para fora.
Com Adryan em campo, o Flamengo seguiu no ataque. Fernando Prass se
manteve como sustentação de sua equipe. Não fosse ele, Ibson teria
empatado, após receber a bola de Vagner Love e ficar em condições de
marcar. O goleiro abafou a jogada aos pés do meia.
Os minutos finais mantiveram o panorama de todo o segundo tempo:
Vasco na defesa, Flamengo no ataque. A dúvida era se o Vasco conseguiria
suportar. Não conseguiu. Após cobrança de escanteio, Prass saiu mal, e a
bola foi no encontro de González, bateu nele e entrou. Era o empate.
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