Contrariar a lógica cartesiana dos idiotas da objetividade, vencer Fla-Flus, fazer a pequena e ginecofóbica torcidinha borrar a maquiagem e amaldiçoar seus mulambos superestimados são apenas algumas entre as muitas expertises do Mengão Triunfador Terror da Burguesia Fichada no Serasa.
No Fla-Flor de ontem o roteiro básico foi seguido à risca. O Flamengo, amplamente favorito, e escandalosamente superior a um adversário pertencente à divisão inferior, sofreu com imprevistos que ameaçaram a proverbial serenidade da nossa torcida. Desfalques, contusões e inaceitáveis imperícias do trio de arbitragem.
Imprevistos que muito em breve se revelariam meras peripécias e contratempos de rigueur aos quais todos os protagonistas devem se sujeitar enquanto avançam em direção ao clímax redentor. Futebol é pra quem tem disposição, quem não aguenta bebe leite.
Escalado para o papel de vilão o Florminense não nos decepcionou. Mesmo com a considerável e imoral vantagem do gol roubado o time dos 3 rebaixamentos consecutivos optou pela ingestão de lácteos logo aos 35 do primeiro tempo. Findo o gás da farandola florminesista inicia-se a doutrinação rubro-negra. E em muito pouco tempo a soberba e a arrogância dos malucos da camisa esquisitona que gritavam olé ainda no primeiro tempo foi substituída pelo pânico ao constatarem que seu protocolar empalamento era iminente.
O jogo nem foi essas maravilhas, tecnicamente o nível do clássico interdivisional era muito baixo. O que beneficiava o Flor, mais habituado à mediocridade. Mas a disputa de pênaltis, em que o Flamengo é, incontestavelmente, o maior especialista do país (a última vez em que não nos demos bem em uma disputa de tiros livres diretos cobrados da marca do pênalti foi na longínqua Sulamericana de 2004, graças à miserável pontaria de Dill e André Bahia) foi sensacional.
A maior categoria e a maior circunferência dos ovos rubro-negros precisou de apenas 6 cobranças para colocar as coisas em uma perspectiva mais realista. Causou surpresa que Thiago Neves – O Renascido e Renato Canhão de Navarone Abreu fugissem às suas características e optassem por petelecos colocados ao invés das impiedosas varadas que os consagraram. Mas além de mais camisa, mais motivos e mais merecimento pela vitória o Flamengo tinha mais goleiro.
Com estilo e sem espalhafato Felipe fechou a meta rubro-negra e acabou mais uma vez com a ilusão coletiva de que o Florminense tem time pra bater de frente com o Fuderosão. Jogo ganho, página virada, hegemonia estadual consolidada. Adeus, Florminense, parabéns pelos 6 anos sem ganhar nem um turno do Carioca, o que os coloca atrás de Madureira, Resende e Volta Redonda.
Agora o Flamengo só precisa dar aquele sacode na baranga de fé, que anda cheia de ilusões, pra que o Rio e o Brasil voltem a curtir o tradicionalíssimo carnaval em Maio por mais um carioqueta metido pelo Mengão. Mal posso esperar pelo domingo que vem. Não acredito em experiência, acredito em trabalho. Mesmo tendo perdido para nós as últimas 10 decisões recomendo que o bacalhau se prepare. O excruciante látego rubro-negro vai deixar novas marcas no alquebrado lombo dos vices.
Nenhum comentário:
Postar um comentário