Por Jornal Extra - Postado por Abraao Na Rede
Os dois empates e quatro gols sofridos nas duas primeiras rodadas do
Brasileiro apontam fragilidades mas não são o xis da questão. Em 2009, o
Flamengo iniciou a campanha de seu último título com derrota e só
venceu no terceiro jogo. O que torna o atual horizonte rubro-negro
sombrio é o clima no clube. No sábado, os seguranças particulares de
Ronaldinho e a polícia tiveram de conter a ira da torcida e escoltaram o
carro do jogador na saída do Engenhão. Ontem, o diretor executivo Zinho
preferiu o silêncio. Prometeu revelar suas impressões na reapresentação
de hoje, enquanto o técnico Joel Santana, que já enfrenta resistência
dentro do elenco, continua sua busca por uma solução para o problema do
time, que ele diz saber qual é, mas não como resolvê-lo.
— Acho que vamos acertar, mais um pouquinho de detalhe, de
sentimento. Essa equipe vai melhorar, principalmente no setor defensivo,
onde está nosso problema. Eu venho debatendo isso, e vamos ter que
melhorar. O que vamos fazer, eu não sei. Mas tenho que encontrar uma
solução — disse Joel Santana.
Atacante nos planos
Depois de ter 27 dias entre a eliminação do Carioca e a estreia no
Brasileiro para remontar o time, Joel Santana ainda não conseguiu dar
uma cara coletiva ao Flamengo, que continua desorganizado, previsível e
lento. No sábado, após um bom início e dois gols em falhas da defesa do
Inter, a equipe caiu de produção e, depois de estar vencendo por 3 a 1,
cedeu o empate. Ainda assim, ao fazer sua análise sobre o jogo, Joel
enxergou um domínio de quase 70% e cinco ou dez minutos de um futebol
que o torcedor gostaria de ver. Pelas vaias que recebeu, não foi bem
assim. Até o próximo jogo, daqui a dez dias, contra a Ponte Preta, no
Moisés Lucarelli, quem sabe os jogadores apontem para Joel uma maneira
de mudar o panorama:
— Acho que está se tornando uma coisa mais psicológica. Preciso
conversar com o grupo. Não é perguntar, mas eles me responderem. Nossa
torcida veio (no sábado), estamos numa dívida grande com ela.
A falta de padrão de jogo é grave, mas nem de longe é o principal
motivo de instabilidade. A relação do técnico com Ronaldinho está
desgastada, assim como a de Assis, irmão do craque, com a diretoria. A
presidente Patrícia Amorim já teria tomado conhecimento, por alguns
jogadores, que Joel não tem mais ambiente. Internamente, o comando do
futebol também já sabe que o comportamento de Ronaldinho desagrada à
parte do elenco.
— Quem conhece o clube sabe como funciona o dia a dia. Não posso
falar de sicrano ou beltrano. Como mais velho do grupo, só posso dizer
que nossa saída é trabalhar porque vamos ser cobrados sempre. O Flamengo
foi construído dessa forma, não vai mudar — disse Renato Abreu.
A diretoria aguarda o depósito da cota para confirmar o amistoso
contra uma seleção do Piauí, na quinta-feira, em Teresina. Enquanto
isso, tenta a contratação do atacante Hernane, do Mogi Mirim,
vice-artilheiro do Paulistão.
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