Por Blog Renato Mauricio Prado - Postado por Abraao Na Rede
Que tipo de jogador é Hernane? Briga com a bola os 90 minutos, mas em praticamente todos os jogos
faz pelo menos um gol. Contra o Botafogo, não foi diferente e graças a
ele o rubro-negro venceu mais um clássico (1 a 0) e garantiu sua classificação
antecipada para as semifinais da Taça Guanabara, como primeiro lugar de
seu grupo e com a melhor campanha do torneio – o que pode lhe garantir o
título com dois empates, seguidos: na semi e na final.
Mas, voltando à questão inicial. que artilheiro é esse? Muitos o
consideram um novo Nunes, daí o apelido “Hernunes”, que a cada dia ganha
mais força. De fato, o “João Danado”, o artilheiro das grandes
decisões, era um “grosso”, naquele timaço de Zico, Leandro, Júnior,
Andrade, Adílio, Mozer, Tita etc, todos virtuosos da bola. Mas comparado
com Hernane, garanto, Nunes era um estilista…
Quem Hernane me lembra cada vez mais é Dario, o Dadá Marailha, o Dadá
Beija-Flor, que mal conseguia fazer cinco embaixadinhas, mas marcava um
caminhão de gols e foi campeão em praticamente todos os clubes pelos
quais passou.
É óbvio que para chegar ao patamar do “artilheiro do presidente
Médici” (por isso mesmo, campeão do mundo em 70, na reserva de uma
seleção de supercraques), Hernane ainda vai ter que fazer muitos gols – e
em campeonatos bem mais difíceis do que o paulista (onde foi
vice-artilheiro, pelo Mogi Mirim) e o carioca (onde é o atual goleador).
Mas que a cada rodada me lembra mais o Dadá, me lembra…
O jogo
em si foi espetacular nos primeiros 15 minutos, quando o placar poderia
ter chegado, sem favor, a 2 a 2. A partir daí, buscando o empate, o
Botafogo teve até o domínio na maior parte do tempo e chegou a criar
várias situações perigosas, obrigando Felipe a pelo menos três boas
defesas. Curiosamente, porém, foram do Flamengo as chances mais claras
de gol e, na base do contra-ataque, no segundo tempo, não teria sido
absurdo ver o rubro-negro vencer por 3 a 0: Rodolfo perdeu um gol feito e
Ibson outro. No alvinegro, a falta dos volantes de ofício (Renato,
Marcelo Mattos, Jadson e Gabriel) deixou o meio-campo muito aberto pois
nem Julio César, nem Fellype Gabriel conseguiram proteger bem a zaga.
De qualquer forma, os dois seguem na liderança de seus grupos (o Fla,
já com a posição e a classificação asseguradas) e não me espantarei se
voltarem a se enfrentar na final.
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