Nem só de Conca, Montillo, D`Alessandro e Petkovic vive o futebol brasileiro. Muitos estrangeiros já fracassaram por aqui
Há alguns anos, o recente interesse do Corinthians em Seedorf provavelmente seria ridicularizado como mais uma das ‘viagens’ dos dirigentes brasileiros. Hoje, porém, os tempos são outros. A soma da proximidade da Copa do Mundo, com a valorização da moeda brasileira, e os altos salários pagos pelos clubes do país mudaram essa perspectiva. Não só medalhões tupiniquins desembarcaram no Brasil, mas vários estrangeiros a todo momento também chegam para tentar a sorte no futebol brasileiro.
Exemplos de sucesso recente não são poucos. Tevez brilhou no Corinthians, Petkovic entrou para a história do Flamengo, Lugano é ídolo e sonho do São Paulo, Guiñazu e D´Alessandro são símbolos do Internacional, Montillo é o craque do Cruzeiro, e Conca idolatrado no Fluminense.
Mas nem só de grandes lances e boas lembranças ficaram marcadas as passagens de estrangeiros no futebol brasileiro. Para cada caso de sucesso exitistiram várias desilusões. Gringos que desembarcaram com toda a banca, promessa de gols e títulos, mas nunca vingaram no país do futebol.
O próprio Loco Abreu – maior ídolo do atual Botafogo – tem um passado obscuro no Brasil. Em 1998, defendeu o Grêmio, mas não deixou saudade no Olímpico. Em 2011, os argentinos Cavenaghi (Internacional) e Botinelli (Flamengo) são bons exemplos negativos. Estão há pouco tempo no país e ainda podem queimar a língua de muita gente. Até o momento, não apresentaram seus cartões de visita e amargam a reserva em seus clubes.
Peralta: apesar do título da Copa do Brasil, pouco futebol pelo Flamengo (Foto: Agência O Globo)
Relembre abaixo alguns casos de muitas promessas e pouca bola.
Maxi Biancucchi, Flamengo (2007 - 2009)
Maxi: primo de Messi até teve início promissor,
Desembarcou na Gávea em 2007 como o ‘primo de Messi’. Até começou bem. Em sua primeira partida como titular, foi herói de um Fla-Flu. Aos poucos, porém, perdeu espaço e virou um eterno reserva. Apesar de ter saído sem deixar saudade, fez parte do grupo que conquistou dois estaduais e um Brasileiro pelo Flamengo.
Por onde anda?
Em 2010, rescindiu com o Flamengo e acertou com o Cruz Azul, do México. Atualmente, defende o Olímpia, do Paraguai, onde vem agradando, mas não é titular absoluto.
“É um jogador que desequilibra. É reserva, mas tem entrado durante os jogos e sua contribuição tem sido muito boa. No último clássico, contra o Cerro Porteño, deu o passe para o gol da vitória por 2 a 1. Não sei se enfrenta algum problema físico, pois não emplaca como titular”, Jorge Reis, repórter do diário paraguaio ABC.
Defederico, Corinthians (2009 - 2010)
O Corinthians o contratou como o ‘novo Messi’, e o marketing do clube logo o deu a camisa 10. No entanto, o meia argentino nunca emplacou no Timão e chegou a disputar jogos pelo time Sub-23 em 2010.
'Novo Messi' chegou a ser rebaixado para o time sub-23 do Timão (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Estado)
No início do ano, foi emprestado ao Indenpendiente por um ano. Logo em sua estreia, marcou o gol que garantiu o clube argentino na fase de grupos da Libertadores. Voltou a ser convocado para a seleção argentina.
“No Brasil, todos estão cientes de suas características. No entanto, a instabilidade do Indenpendiente não tem o favorecido. Jogando com entusiasmo e compromisso, ele tem trabalhado em diferentes partes do ataque. Mas se você me perguntar se ele tem se destacado, a resposta é muito menos do que se pensava anteriormente” – Fernando Pacini, comentarista da TyC Sports.
Leandro Zárate, Botafogo (2008)
Zárate: muitos quilos e poucos gols no Botafogo
Artilheiro da Segunda Divisão da Argentina com 19 gols em 2007, Zárate foi contratado para ser titular. A expectativa dos alvinegros era que ele pudesse repetir em General Severiano as atuações de seu xará Mauro Zárate, argentino da Lazio. Entretanto, logo em sua apresentação, a torcida percebeu um probleminha: uns quilos a mais. O ‘auge’ do fracassado casamento com o Glorioso aconteceu quando Zárate sumiu do clube e, quando apareceu, se disse chateado pelo constante atraso de salários. No Rio, é mais lembrado pelos credores do que pelos torcedores.
Por onde anda?
Retornou à Argentina em 2009. Hoje, disputa a Segunda Divisão pelo Santa Fé - atual líder da competição -, mas os problemas com o peso continuam.
“Na Argentina, Zárate é conhecido como Cancha (Porco) por sua predisposição para o sobrepeso. No Santa Fé, jogou em 17 jogos e marcou 3 gols. Alguns problemas disciplinares têm conspirado contra. Por exemplo, perdeu o treino na última segunda-feira, voltou e pediu desculpas. Por esses contratempos habituais, seu potencial e qualidade, não correspondem com seu presente. Hoje, não é titular de seu time” – Fernando Pacini, comentarista da TyC Sports.
Pablo Armero, Palmeiras (2009 - 2010)
Não se pode dizer que Armero não foi bem no Brasil. Lateral raçudo e veloz, teve um bom início no Palmeiras em 2009. Entretanto, teve uma grande queda e chegou chorar após ser substituído por Muricy Ramalho em um jogo. Sua principal ‘contribuição’ ao futebol brasileiro foi uma dancinha que fez na comemoração de um gol contra o Santos, no Paulistão 2010. A dança ficou conhecida como ‘Armeretion’
Por onde anda?
“Chegou ao Udinese (em 2010) e vem sendo bem aproveitado pelo técnico Francesco Guidolin. Como é um lateral de força, seu estilo se encaixa no futebol italiano. Deu sorte de entrar em um time que, se não é um dos grandes da Itália, possui uma base formada há um bom tempo e que faz boa campanha no Calcio brigando por vaga na Champions e tudo mais. Titular, fez dois gols e deu duas assistências na temporada” – Marcos Felipe – repórter de futebol internacional do GLOBOESPORTE.COM
Horácio Peralta, Flamengo (2006)
Mais um contrato com ajuda dos DVDs. Comparado a Recoba, o uruguaio chegou ao Flamengo em 2006. No Rio, é mais lembrado por suas noitadas. Foi flagrado bebendo e fumando em bares e teve o contrato rescindido após nove meses no clube. Fez parte do grupo que conquistou a Copa do Brasil.
Por onde anda?
Titular na última rodada do Campeonato Uruguai, Peralta sequer foi relacionado para o jogo contra o Fluminense, na quarta-feira. O técnico Juan Ramon Carrasco faz um rodízio. Continua polêmico, quase foi dispensado recentemente, mas foi mantido no elenco do Nacional-URU pela qualidade, apesar dos altos e baixos.
Castillo, Botafogo (2008 - 2009)
Seu simples nome provoca arrepios nos botafoguenses. O goleiro da seleção do Uruguai chegou ao clube em 2008 e até teve um bom início. Na sequência, no entanto, contabilizou inúmeras falhas. Deixou o Alvinegro em 2009.
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