Por Ig Esportes - Postado por Abraao Na Rede
Pouco mais de quatro meses após assumir a presidência do
Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello já sentiu na pele o que é estar no
comando do clube com a maior torcida
do país. Só que nem a pressão pela falta de bons resultados dentro de
campo faz com que sejam modificados tanto seu discurso quanto suas
atitudes que prezam pela recuperação financeira e a credibilidade
abalada pelas gestões anteriores.
No aspecto financeiro, Eduardo afirmou ter encontrado o clube em
condições caóticas. Um exemplo que ele citou foi o atraso de cerca de um
ano no pagamento acordado pela Timemania, loteria criada para ajudar os
clubes a pagarem seus débitos fiscais junto ao Governo.
“Tal atraso poderia ter feito com que o Flamengo fosse excluído do
acordo. A Procuradoria da Fazenda esperou a chegada da nova gestão antes
de tomar uma medida como a nossa exclusão, mas garantimos que faríamos o
pagamento o mais rápido possível. E fizemos assim que o dinheiro da
Adidas entrou”, relatou.
Ao apostar na austeridade financeira e no plano de recuperação
financeiro em médio e longo prazo, a diretoria teve atuação discreta no
mercado de transferências de jogadores em 2013. Além disso, o apoio à
Ginástica, Natação e Judô foram encerrados sob a alegação de que eles
geravam um déficit de R$ 14,5 milhões ao clube, de acordo com Alexandre
Póvoa, vice-presidente de esportes olímpicos.
Todo esse comportamento aconteceu por conta dos compromissos para obter as certidões fiscais negativas para que possa criar o fluxo de caixa que permita o clube programar seus próximos passos.
Uma das ações para buscar receitas capazes de criar o tão esperado
fluxo de caixa foi o lançamento do programa de associação de torcedores.
Em duas semanas, mais de 10 mil torcedores se inscreveram em seis tipos
de planos, cujos valores variam entre R$39,90 a R$ 199,90 mensais.
Embora o presidente acredite na adesão em massa da torcida, o
consultor de marketing esportivo Amir Somoggi vê o projeto com
ressalvas.
“O Flamengo não pode imaginar que o Sócio-Futebol seja a solução
criativa para gerar receitas. É preciso definir benefícios que criem
interação com a torcida de todos os cantos do país e não somente ao
público carioca. A torcida do Flamengo é descentralizada e somente
quando atingir o público de todos os cantos do país terá um indicador
parecido ao do Internacional, que conta com cerca de 108 mil associados
em seu quadro social atualmente”.
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