sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Líder em pesquisas e redes sociais, Bandeira se inspira em Obama para vencer eleição no Fla

 Por Uol - Postado por Abraao Na Rede

A vida de Eduardo Bandeira de Mello virou de pernas para o ar há três semanas, quando o diretor do BNDES foi escolhido pela Chapa Azul para substituir o impugnado Wallim Vasconcellos como candidato à presidência do Flamengo. E mesmo com tanta correria e confusão nos últimos dias, pelos menos uma inspiração e caminho o representante do grupo “Fla Campeão do Mundo” não esquece e serve de inspiração nesa corrida eleitoral rubro-negra.
Líder nas últimas pesquisas divulgadas, Bandeira copia o modelo de Barack Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e aposta nas redes sociais para tentar derrubar a atual presidente do Flamengo, Patricia Amorim, e vencer o pleito do próximo dia 3 de dezembro no clube da Gávea.
“Este caminho das redes sociais é o futuro de qualquer campanha. O Barack Obama ganhou duas eleições nos Estados Unidos desta maneira e nos mostrou que essa divulgação é decisiva”, disse Bandeira de Mello, durante entrevista ao UOL Esporte.
Na conversa com a reportagem, o candidato apoiado por Zico e preferido dos rubro-negros no Facebook e no Twitter ainda falou sobre as mudanças que pretende implementar no modelo de gestão do Flamengo, a confusão que se tornou sua vida durante o período de campanha e a vantagem conseguida nas pesquisas divulgadas às vésperas da eleição da próxima segunda-feira.
Confira a entrevista completa abaixo:
UOL Esporte: Por que você acha que merece ser o presidente do Flamengo?
Eduardo Bandeira de Mello: Mereço porque a Chapa Azul está trazendo um novo modelo de administração para o Flamengo. Nós pretendemos fazer uma revolução no comando do clube. Queremos profissionalizar o Flamengo e dar o choque de gestão necessário neste momento. Precisamos resgatar a credibilidade e fazer com que o clube pare de ser mal visto, como ocorreu ao longo dos últimos anos. E vamos fazer isto com um modelo profissional, com gestores executivos dedicados exclusivamente ao clube, além de um corpo de vice-presidentes altamente gabaritado. Serei o presidente, mas terei um diretor geral executando as ideias do Conselho Gestor. Todos profissionais.
UOL: E o que você acha que ocorreu justamente nestes últimos anos para que o Flamengo fosse tão mal visto e o modelo atual considerado ultrapassado?
EBM: São coisas que extrapolam uma passado recente. O Flamengo, infelizmente, sempre esteve associado à polêmicas e ao noticiário negativo. O clube ficou conhecido por não cumprir seus compromissos e isso atrapalha toda a engrenagem. Não conseguimos parceiros à altura do clube, nem jogadores que poderiam vestir nossa camisa. Estamos aqui justamente para mudar isso. Não podemos aceitar episódios tumultuados como a saída do Zico como diretor e a passagem do Ronaldinho. Isso foi falta de planejamento e profissionalismo. Temos que ter pessoas interessadas no clube, com metas a serem estabelecidas, sem qualquer vício ou preocupação política.
UOL: Os desafios, então, serão enormes em caso de vitória. Qual será sua primeira providência ao assumir o comando do Flamengo?
EBM: O que nos preocupa imediatamente é a questão financeira a curto prazo. Precisamos resolver isso e já estamos nos preparando para tal. Teremos acesso a uma linha de crédito em um primeiro momento e, a partir daí, vamos ter que “inventar” novas receitas. E isso não será problema, até pelo alto gabarito dos dirigentes que estão chegando conosco. Com credibilidade no mercado, vamos em busca de novos parceiros e jogadores para solucionar a crise no futebol.
UOL: E no futebol, que é a grande preocupação do torcedor, o que será feito a curto prazo para solucionar os problemas e falta de resultados?
EBM: Teremos uma ação emergencial no futebol. Não dá para aceitar o Flamengo como quarta força do Rio de Janeiro, como acontece atualmente. O nosso clube tem que buscar títulos, e não brigar contra o rebaixamento. Temos jogo pelo Campeonato Carioca já no dia 20 de janeiro e até lá já teremos boas novidades. Pode não ser o que o clube merece, mas teremos algo novo para o time, como salários em dia, coisa que não tem ocorrido, e um reforço de alto calibre para este início de mandato.
UOL: Hoje, em campanha, você já faz planos. Mas há pouco tempo atrás nem sonhava com esta hipótese de ser candidato à presidência do Flamengo. O que mudou na sua rotina de vida?
EBM: Cara… [longa pausa antes de seguir a resposta] Minha vida virou de pernas para o ar. Essa é a verdade. Nunca havia sido candidato nem a síndico do prédio e agora estou aqui. É uma loucura. Como pouco, parei de malhar, tive que tirar férias do trabalho. Mas estou tranquilo, principalmente pelo apoio dos torcedores nas ruas e nas redes sociais. Algumas pessoas me reconhecem agora nas ruas e pedem até para tirar retrato. Isso é inédito para mim, mas também me dá forças. Sei que tenho uma responsabilidade com essa galera e com a imensa torcida.
UOL: E qual a importância dessa “galera” das redes sociais na sua campanha, que ficou muito marcada por manifestações e divulgação via twitter e facebook?
EBM: Isso foi fundamental. Este caminho das redes sociais é o futuro de qualquer campanha. O Barack Obama ganhou duas eleições nos Estados Unidos desta maneira e nos mostrou que essa divulgação é decisiva. As redes sociais refletem a vontade da torcida. Algum torcedor rubro-negro pode não ter o direito de voto, mas está ajudando o trabalho nesta militância e acaba até barateando a campanha. Tenho certeza que conseguimos muitos votos assim, através de uma divulgação espontânea e voluntária dessa garotada maravilhosa da internet. Esse foi o diferencial da candidatura.
UOL: E mesmo com tanto apoio nas redes sociais, como enfrentar as críticas de que o grupo é novo e não estaria acostumado com a política do Flamengo? Isto pode prejudicar o trabalho?
EBM: De maneira alguma. Estamos preparados para isso e já até sentimos algumas coisas na pele, como na votação do Conselho de Administração [impuganção do ex-candidato Wallin]. E sobre ser um grupo novo, isso é até bom. Não temos alguns vícios, só queremos o bem do Flamengo e vamos dar uma oxigenada nesse quadro de diretoria. Isto se faz necessário neste momento.
UOL: E qual o tamanho da sua confiança para que esta mudança de fato ocorra? Mesmo disputando com a atual presidente, você acredita em uma vitória?
EBM: Os números são confortáveis nestas últimas pesquisas. Além de uns 35% da nossa chapa, temos 7% do Ronaldo Gomlewski, que aderiu ao nosso grupo. Estamos confiantes, mas sabemos que isso se refere a intenções de voto. O desafio agora é transformar isto em voto real. O sócio precisa estar lá, votar, fazer esta vantagem virar um resultado final. Os simpatizantes não podem desanimar agora, tem que chegar cedo, levar o vizinho, vestir camisa azul e caminhar rumo à vitória.

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