segunda-feira, 28 de maio de 2012

Reconstrução que deve começar pelo ambiente rubro-negro

Por Jornal Extra - Postado por Abraao Na Rede

Os dois empates e quatro gols sofridos nas duas primeiras rodadas do Brasileiro apontam fragilidades mas não são o xis da questão. Em 2009, o Flamengo iniciou a campanha de seu último título com derrota e só venceu no terceiro jogo. O que torna o atual horizonte rubro-negro sombrio é o clima no clube. No sábado, os seguranças particulares de Ronaldinho e a polícia tiveram de conter a ira da torcida e escoltaram o carro do jogador na saída do Engenhão. Ontem, o diretor executivo Zinho preferiu o silêncio. Prometeu revelar suas impressões na reapresentação de hoje, enquanto o técnico Joel Santana, que já enfrenta resistência dentro do elenco, continua sua busca por uma solução para o problema do time, que ele diz saber qual é, mas não como resolvê-lo.
— Acho que vamos acertar, mais um pouquinho de detalhe, de sentimento. Essa equipe vai melhorar, principalmente no setor defensivo, onde está nosso problema. Eu venho debatendo isso, e vamos ter que melhorar. O que vamos fazer, eu não sei. Mas tenho que encontrar uma solução — disse Joel Santana.

Atacante nos planos

Depois de ter 27 dias entre a eliminação do Carioca e a estreia no Brasileiro para remontar o time, Joel Santana ainda não conseguiu dar uma cara coletiva ao Flamengo, que continua desorganizado, previsível e lento. No sábado, após um bom início e dois gols em falhas da defesa do Inter, a equipe caiu de produção e, depois de estar vencendo por 3 a 1, cedeu o empate. Ainda assim, ao fazer sua análise sobre o jogo, Joel enxergou um domínio de quase 70% e cinco ou dez minutos de um futebol que o torcedor gostaria de ver. Pelas vaias que recebeu, não foi bem assim. Até o próximo jogo, daqui a dez dias, contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, quem sabe os jogadores apontem para Joel uma maneira de mudar o panorama:
— Acho que está se tornando uma coisa mais psicológica. Preciso conversar com o grupo. Não é perguntar, mas eles me responderem. Nossa torcida veio (no sábado), estamos numa dívida grande com ela.
A falta de padrão de jogo é grave, mas nem de longe é o principal motivo de instabilidade. A relação do técnico com Ronaldinho está desgastada, assim como a de Assis, irmão do craque, com a diretoria. A presidente Patrícia Amorim já teria tomado conhecimento, por alguns jogadores, que Joel não tem mais ambiente. Internamente, o comando do futebol também já sabe que o comportamento de Ronaldinho desagrada à parte do elenco.
— Quem conhece o clube sabe como funciona o dia a dia. Não posso falar de sicrano ou beltrano. Como mais velho do grupo, só posso dizer que nossa saída é trabalhar porque vamos ser cobrados sempre. O Flamengo foi construído dessa forma, não vai mudar — disse Renato Abreu.
A diretoria aguarda o depósito da cota para confirmar o amistoso contra uma seleção do Piauí, na quinta-feira, em Teresina. Enquanto isso, tenta a contratação do atacante Hernane, do Mogi Mirim, vice-artilheiro do Paulistão.

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