segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vacilos, Otarices & Orebagens.

Por Arthur Muhlenberg - Postado por Abraao Na Rede

Só mesmo na Bahia, a África dos brasileiros, poderia ter rolado um jogo como esse de Domingo, onde o Flamengo perdeu a cemporcentualidade de aproveitamento no Brasileiro. Por favor, vocês que entendem de Flamengo muito mais do que eu, me ajudem. Alguém pode me explicar como é que o Mengão conseguiu não ganhar? Um jogo que tava na mão, molinho, com o adversário pedindo pra ser finalizado acabou de maneira ridícula, quase vexatória. Só a macumba explica.

Extra campo foi um belo espetáculo, com a torcida adversaria comprovando a fama de ter bala na agulha e lotando o Pituaçu, em tupi-guarani Pitu grande, o que faz do estádio o precursor na exploração de naming rights no país dos cachaceiros. A Magnética, mesmo sendo hegemônica no estado da Bahia não o é na capital, e se contentou em ficar com a cota reservada aos visitantes. Mas fez sua parte, se destacando dessa vez pela qualidade e não pela quantidade. Claro que do lado de fora éramos maioria, pois a nossa torcida é mesmo incrível na capilaridade.

E foi um jogo legal de ver. Correria boa no começo, jogadas interessantes e amplo domínio do Mengão, com escandaloso percentual de posse de bola. Posse de bola que não serve pra absolutamente porra nenhuma se não se sabe o que fazer com ela. Galhardo e Egídio estavam em grande jornada, especialmente este último.

Impossível não lembrar da frase imortal de Otávio Mangabeira: Pense num absurdo, na Bahia há precedente. Taí o gol de Egídio a comprovar a veracidade do aforismo. Parece que a simples chegada de Júnior César provocou a famosa combustão no apêndice caudal que é a salvação dos proscritos. O que renovou as esperanças de que o problema da lateral esquerda caminha para um final feliz.

Mas é melhor não ficarmos de muito quiquiqui, para o Flamengo o empate foi um desastre, isso é indiscutível. Entrou em campo como líder do Brasileiro e tinha óbvia obrigação de dar um couro no simpático Bahea. Recém egresso da pestilenta Série B o tricolor hoje é A Fazenda do futebol brasileiro, com um elenco coalhado de subcelebridades buscando espaço no horário nobre treinado por um especialista em futebol feminino. A dura realidade é que ao fim de 90 minutos o Bahea ganhou um ponto enquanto nós perdemos dois.

E perdemos esses pontos por 3 motivos que já são de amplo conhecimento de todos.

1. A consistência gelatinosa do nosso sistema defensivo. Que já é tragicamente frágil quando escala seus titulares e se desmancha como se fosse leite em pó quando se mexe alguma de suas peças. Gostaria que os estatísticos e memorialistas de plantão me dissessem quando foi que o Flamengo saiu com 3 pontos com Jean em campo. Eu não me lembro.

2. Falta de um centroavante que seja referência na área. Nossos criadores até que estavam em tarde inspirada, com destaque pra Bottineli, e deixaram vagabundo na cara do gol várias vezes. Mas falta o sujeito pra meter o pé e decidir.

3. Crença dogmática na infalibilidade papal de Vanderlei Luxemburgo. Ontem o Professor pagou pra vacilar. Com o time vencendo e com um jogador a mais Luxemburgo preferiu colocar um zagueiro e um volante. Tá de sacanagem. Conseguiu ao mesmo tempo ser parreirístico e muriciano na covardia tática e ainda contou com uma sorte de Cuca. Pois os dois caras que entraram foram diretamente responsáveis pelo gol de empate dos baianos. Quando o gol é um detalhe a bola pune. Buáá!

A semana que se inicia não vai ser fácil. Vamos ter trabalhar bastante a defesa e o ataque para descontar os vacilos cometidos contra o Bahea em cima da gambazada. Que mesmo imersos em sua infinita mediocridade já nos ultrapassaram na tabela. A torcida quer ver atitude do elenco e da direção técnica. Como dizem que fez a mãe de Negueba, que ligou pro Willians e cobrou: Meu filho, na próxima dá uma cotovelada no Fernando!

Mengão Sempre

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