quinta-feira, 1 de março de 2012

Flamengo segue sem patrocinador master e sofre para arcar com R$ 72 milhões em salários

Por Uol Esportes - Postado por Abraao Na Rede

Na última terça-feira, o Flamengo realizou o pagamento de toda a folha salarial do mês de janeiro a jogadores e comissão técnica e acertou as contas com o departamento na data prometida. A situação, no entanto, não deverá ser repetida tão facilmente até o fim do ano. Novamente com dificuldades para negociar um patrocinador master - na parte mais nobre da camisa -, o rubro-negro sofrerá mais que o esperado para arcar com cerca de R$ 72 milhões em salários e encargos do futebol do clube.

O alto valor a ser pago até dezembro se deve à inflacionada folha
salarial do futebol, que custa ao clube R$ 6 milhões por mês, segundo apurou a reportagem do UOL Esporte. Até o fim da temporada, serão onze parcelas referentes aos meses restantes, além do décimo terceiro salário.

Com apenas dois patrocinadores e um faturamento abaixo do esperado nos espaços da camisa, a diretoria busca quitar os compromissos através da verba recebida pela assinatura do contrato com a TV Globo. Este valor, no entanto, é um mistério até mesmo para alguns poderes do clube, que admitem não saber o montante que o clube recebeu e quanto está sendo usado no futebol.
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Ronaldinho

Enquanto isso, a BMG, parceira antiga e que estampa sua marca nas mangas da camisa por R$ 9 milhões, e a Mobil, que acertou um contrato de R$ 5 milhões na barra traseira após um acordo judicial, vão garantindo os primeiros pagamentos da temporada.

Responsável pelo processo de captação de recursos, o vice-presidente de marketing do rubro-negro, Henrique Brandão, admite uma certa demora em fechar novos patrocínios. Segundo o dirigente, a conturbada parceria com a Traffic, que seria responsável por buscar parceiros para o clube, acabou deixando o Flamengo "travado" no mercado.
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“O Flamengo se libertou da Traffic um pouco tarde. Com isso, ficamos travados. No ano passado, foram alguns meses esperando que a empresa trouxesse coisas que não aconteceram. Demos tempo suficiente para essa questão. A indefinição da situação do Ronaldinho atrasou a nossa ida ao mercado", explicou Brandão, acrescentando que a nova aposta do clube é a busca por parceiros no mercado exterior.

"Algumas empresas de marketing esportivo nos procuraram e demos autorização para prospectar patrocínios. Essa é uma prioridade absoluta. Correr atrás inclusive fora do Brasil. Estados Unidos e Europa são possibilidades”, afirmou.

Ajuda externa por
patrocínios

A ajuda de outras empresas para captar recursos não é uma novidade no Flamengo. Em pouco mais de dois anos, o atual departamento de marketing só conseguiu negociar diretamente dois contratos minoritários para o clube, BMG e Tim. Todos os outros, incluindo as cotas masters de temporadas anteriores, foram conseguidos por parceiros como a 9ine [empresa de Ronaldo] e a Traffic.

Desta vez, a responsável por negociar o espaço nobre da camisa é a empresa "Africa", do renomado publicitário Nizan Guanaes. Mas apesar do nome novo nas conversas, os problemas são antigos. Em função da demora na
negociação, o Flamengo está longe de alcançar a sua pedida inicial de R$ 24 milhões para o patrocínio master. Com as dificuldades, a tendência é que o clube, mais uma vez, acabe fechando o contrato por um valor abaixo do mercado.

Sem acerto e, consequentemente, sem dinheiro para arcar com os compromissos, Henrique Brandão aposta em outras estratégias para gerar recursos, como o programa de fidelidade que deve ser retomado em abril. Mesmo com toda urgência do caso, o dirigente acredita que a situação só estará "bem avançada" no segundo semestre.

“Fechamos em R$ 5 milhões com
a Mobil. Queremos retomar a questão do patrocínio no ombro. Talvez a possibilidade de renovação com a Brasil Brokers. O patrocínio master também vai fechar. Uma hora essa ficha vai cair. Também vamos retomar o programa de fidelidade em abril. Isso gera lucro para o clube. Achamos que em setembro e outubro essa questão vai estar bem avançada", encerrou o vice-presidente de marketing do Flamengo.

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