domingo, 27 de março de 2011

Encantado com o Mengão, Thiago Neves está prestes a esquecer o Flu

Ex-tricolor, que volta ao time hoje, festeja retorno ao Rio e a Nação: ‘É muito diferente, mais fanática (que a do Fluminense)’

Por O Dia - Postado por Abraao Na Rede

Thiago Neves

O sorriso espontâneo da pequena Maria Carolina, de apenas 7 meses, reflete fielmente o momento que o seu pai, Thiago Neves, vive em 2011: pura alegria. O jogador, que volta a campo hoje diante do Madureira, às 16h, em Macaé, após cumprir suspensão, mostrou personalidade e não teve medo de encarar o desafio de vestir a camisa do Flamengo, após duas marcantes passagens pelo rival Fluminense. Já cansado da vida na Arábia
Saudita, onde sua filha mal podia ser atendida por médicos por ser menina, o jogador decidiu subir no ‘Bonde do Mengão’, onde tem vivido um começo de ano além das expectativas.

“Eu queria voltar para o Brasil. É melhor para minha filha. A gente fica mais feliz. Mas queria uma coisa nova, já tinha duas passagens pelo Fluminense. O Flamengo tinha uma proposta e um projeto legal, com Vanderlei, Ronaldinho. Ainda bem que consegui driblar a desconfiança do torcedor, sem deixar o bonde sair do trilho, mas ainda quero conquistar muito mais aqui”, disse Thiago.

Acostumado a ser
o craque do time, o jogador sempre deixou claro que é bom dividir os holofotes com a estrela Ronaldinho Gaúcho, que, para ele, foi fundamental para sua boa adaptação no clube.

“É bom que dividiu um pouco a pressão e a responsabilidade. Ainda mais de mim, que sofria a desconfiança da torcida, ficava até nervoso, mas hoje estou mais tranquilo. Isso tudo já passou e me sinto muito bem aqui”, analisou Thiago, que hoje já se derrete pelos rubro-negros, prestes a esquecer os seus dias de Laranjeiras. “A torcida do Flamengo não tem comparação. É muito diferente, mais fanática.
O último jogo do Fluminense, pela Libertadores, se fosse a torcida do Flamengo, teria lotado o estádio”, completou.

Antes de brilhar no futebol carioca e mostrar seu futebol para o mundo, Thiago teve de penar para conquistar seu espaço. Além do talento, o meia precisou de sorte para chegar ao time profissional do Paraná, clube que o revelou. E disso ele não esquece.

“Tive sorte. Durante anos fiquei na reserva, mas depois de uma boa Copa São Paulo fui para os profissionais. O meia daquele time se machucou e ganhei chance em um jogo que vencemos por 4
a 2, fiz gol, sofri pênalti e participei de outro. Mas no fim do ano, acho que em 2005, comecei a me atrasar, era muito novo, e acabei voltando aos juniores. Depois, fui negociado pelo Sendai junto com a venda do Borges. Por sorte, conheci o Joel Santana lá, que me trouxe para o Fluminense”, recordou.

‘Aproveitamos o momento, mas não dá para ficar sempre invicto’

1. Você acha que o Flamengo empatou o último jogo porque jogou sem você e o Ronaldinho?

"O time sente falta por conta do entrosamento. O esquema teve que mudar. Vamos
sentir falta do Willians e do Renato hoje. Isso faz parte. Nosso time está bem, acho que para o Brasileiro ainda precisamos de reforço, mas o esquema está bom".

2. Você se considera, ao lado do Ronaldinho, um dos principais condutores do ‘Bonde do Mengão sem Freio’?

"Não tem nada disso. A gente bota o gás a mais no bonde. Mas quem comanda é o Egídio, ele que começou essa história de bonde com o David Braz. Mas todo mundo gostou, a torcida também, e pegou. É legal, embalou a conquista do primeiro turno".

3. Como você analisa
seu atual treinador, Vanderlei Luxemburgo?

"O Vanderlei é um treinador diferenciado. Principalmente na parte tática. Além de ser muito motivador, é fácil ver que o nosso time está sempre cheio de vontade em todos os jogos. Ele é um cara vencedor. Esse também foi um dos motivos para eu vir para o Flamengo. Com um técnico vencedor tudo fica bem mais fácil. Eu tenho certeza que, com o Vanderlei aqui, vão vir coisas boas para o Flamengo esse ano. Não tenho a menor dúvida".

4. Até que ponto essa invencibilidade é boa para o Flamengo?

A gente sabe que não pode dar nenhum mole agora, achar que já ganhou. Nós não ganhamos nada, a Taça Guanabara foi apenas um turno. Temos que manter o foco. Sabemos que uma hora a derrota vai acontecer. Perder partidas é algo normal, mesmo que seja para pequenos. Estamos aproveitando o bom momento, mas sabendo que não dá para ficar o ano todo invicto".

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