'Lobby' de Teixeira no Congresso funciona, deputados retiram nomes, e CPI é esvaziada

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) corre risco de fazer água. Segundo reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal Folha de S.Paulo, pelo menos 34 deputados federais decidiram retirar seus nomes do requerimento de instalação da CPI, um dia após a visita do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, ao Palácio do Planalto.

Na última quarta-feira, o cartola esteve reunido com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e pediu expressamente que o governo apoiasse a retirada de assinaturas de parlamentares da base aliada. Teixeira usou o mesmo argumento que havia utilizado diretamente aos deputados: uma investigação neste momento prejudicaria o Brasil às vésperas da Copa do Mundo de 2014.

Até o início da noite de quinta-feira, 19 parlamentares haviam enviado requerimento ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), pedindo a exclusão de seus nomes da lista de apoio à CPI. Segundo o jornal, a "debandada" deve aumentar na segunda-feira: pelo menos dez deputados decidiram esvaziar o movimento liderado por Garotinho.

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, fez 'lobby' no Congresso e no Palácio do Planalto
Crédito da imagem: Agência Estado"Por não termos elementos concretos para investigar, acabaremos não concluindo os trabalhos. Ou, o que é pior, criaremos uma CPI que já inicia seus trabalhos esvaziada", diz o texto assinado pela deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), uma das que desistiu de apoiar a comissão.

Pelas contas de Garotinho, a lista conta com 146 assinaturas, mas os parlamentares que retiraram suas assinaturas ainda constam no documento do ex-governador do Rio de Janeiro. Para a criação da comissão, são necessárias 171 adesões.

Antes da conversa com o ministro das Relações Institucionais no Planalto, Ricardo Teixeira já havia feito um "corpo a corpo" no Congresso Nacional com deputados e senadores, na última semana.