Apoiado pela torcida e com muita disposição, time bate o Bugre por 2 a 1 e respira tranquilo no Brasileirão
O grande rubro-negro Bussunda costumava dizer que a torcida do Flamengo é metida a besta, e com razão. O chileno Maldonado, em entrevista coletiva antes do jogo com o Guarani, disse que a Nação Rubro-Negra ganha jogos sim. E a vitória deste sábado (20.11), por 2 a 1, sobre o Bugre, no Engenhão, é mais uma que pode ir para a conta do décimo segundo jogador. Mais uma vez, o Flamengo jogou com 12.
Renato abriu o placar cedo, Baiano empatou logo depois, mas a torcida não parou de incentivar. Deu certo. Diego Maurício fez o segundo, ainda no primeiro tempo, e o Fla conseguiu a vitória. Com a chamada "cara do Flamengo", como dizem os rubro-negros. Mas o que é mais a cara do Flamengo do que os mais de 33 milhões espalhados ao redor do mundo, representados pelos quase 35 mil pagantes no Engenhão?
Eles, que não pararam de empurrar a equipe um minuto, foram fundamentais e ajudaram o time a subir para 43 pontos na tabela, deixando a zona de rebaixamento para trás e se firmando na luta por uma vaga na Sul-Americana 2011. Para os rivais, resta o pensamento de como disse Claudio Lampert, torcedor tricolor, em texto famoso escrito após a histórica virada do Fla sobre o Flu, 4 a 3, no Estadual de 2004: "Jogar com 12 deveria ser proibido".
"Sai do chão a torcida do Mengão"
Bandeirão, papel picado e a promessa de que o Flamengo poderia "contar com eles". Foi assim que a torcida rubro-negra recebeu o time no Engenhão. Com festa, incentivo e apoio. O recado foi entendido prontamente. Logo aos três minutos, falta na entrada da área do Guarani. Como quem estivesse prevendo o que estava por vir, a Nação já comemorou e pediu Renato na cobrança. Ele ouviu, bateu colocado, no ângulo, sem chances para Emerson: 1 a 0, fazendo a torcida "sair do chão".
O resultado animou o time e a torcida, que "seguiu ao lado" da equipe. Até mesmo após a ducha de água fria que veio aos 12, quando Baiano, em cobrança de falta, empatou. Afinal, "uma vez Flamengo, sempre Flamengo". Uma ligeira preocupação tomou conta do Estádio João Havelange, mas nada de desânimo. Cabeças erguidas, time para frente e a mesma disposição de quando o jogo estava zero a zero. E na "raça, amor e paixão", a apreensão virou euforia novamente.
O segundo gol rubro-negro parecia questão de tempo. O time martelava o Guarani em seu campo de defesa. Primeiro com Kleberson, depois com Leo Moura, e por último com Diego Maurício, que substituiu o machucado Deivid. E foi dos pés do camisa 49 que o gol saiu. Ele invadiu a área após boa jogada de Diogo e bateu forte, estufando a rede: 2 a 1. Na comemoração, mãos para o céu, agradecendo a Deus, e depois na direção da Nação, que nunca deixou de acreditar em seu futebol.
"Time de tradição, raça, amor e paixão"
A etapa final começou um pouco morna, e assim também ficou a torcida rubro-negra. Tentando dar mais movimentação ao time, o técnico Vanderlei Luxemburgo colocou Marquinhos no lugar de Kleberson, no meio de campo, para ajudar também a puxar os contra-ataques, já que o Guarani, precisando do resultado, teria que se abrir um pouco mais. O jogo então ganhou em velocidade e emoção. E o jogador de número 12 voltou para o jogo, apoiando sua "maior paixão".
E quando Petkovic entrou em campo, no lugar de Diogo, o Engenhão veio abaixo. Ídolo da Nação, logo em seu primeiro toque na bola, aos 28, ele enfileirou a defesa do Guarani e quase marcou um gol antológico, sendo ovacionado pela torcida. A cada minuto que passava, a festa era maior. Até houve chances de fazer o terceiro, mas não foi necessário. Administrando o jogo, o time seguiu sem ser ameaçado e controlou o resultado até o apito final.
"Time de tradição", o Flamengo "não pode perder nunca". Neste sábado, poderia menos ainda. E sabia disso. Por isso, correu atrás, foi valente, lutou e venceu. Venceu a desconfiança, venceu a apreensão e bateu o Guarani, adversário direto na luta contra a parte debaixo da tabela. Afinal, é difícil perder quando se joga com 12.
FLAMENGO 1 X 2 GUARANI
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Hora: 20/11/2010 - 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (DF)
Auxiliares: Cesar Augusto de Oliveira Vaz (DF) e João Antônio Paulo Neto (DF)
Renda/público: R$ 387.940,00/ 34.944 (pagantes)
Gols: Renato (2'/1ºT), Diego Maurício (33'/1ºT) e Baiano (12'/1ºT)
Cartões amarelos: Léo Moura (41'/1ºT), Willians (17'/2ºT), Juan (19'/2ºT), Diego Maurício (21'/2ºT) e Preto (22'/1ºT)
FLAMENGO: Marcelo Lomba, Léo Moura, Welinton, Ronaldo Angelim e Juan; Maldonado, Willians, Kleberson (Marquinhos 17'/2ºT) e Renato; Diogo (Petkovic 27'/2ºT) e Deivid (Diego Maurício - 21'/1ºT). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
GUARANI: Emerson, Apodi, Aislan, Ailson e Márcio Careca; Maycon, Baiano, Preto (Paulinho) e Barboza (Mário Lucio - intervalo) ; Mazola e Geovane. Técnico: Vagner Mancini.
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