Líder do Grupo 3 é o Argentinos Juniors, com sete pontos. Mexicanos têm seis, e tricolores, apenas dois
O Fluminense chegou ao México pressionado. E volta ao Rio ainda mais tenso. Repetindo o filme da retranca improdutiva, o time foi derrotado por 1 a 0 pelo América do México. O resultado deixa o time com apenas dois pontos ganhos no Grupo 3 da Libertadores. O líder é o Argentinos Juniors, com sete. O América tem seis.
Na próxima rodada, o time enfrenta o América em casa, no dia 23. São 21 dias para Muricy Ramalho tentar reorganizar um time que, mesmo descontados os efeitos da altitude, nem de longe lembrou o campeão brasileiro do ano passado.
Se vencer os próximos três jogos, o time estará classificado. Mas para vencer geralmente é preciso atacar.
Dificuldade na saída de bola
Minutos antes do jogo contra o América, a preocupação tricolor aumentou. O Argentinos Juniors venceu o Nacional fora de casa, por 1 a 0. Mas o cenário não foi suficiente para mudar a cabeça de Muricy Ramalho em relação à formação cautelosa que tem adotado na competição. O time entrou em campo com Rafael Moura isolado no ataque, tendo a árdua missão de trombar com o forte zagueiro Mosquera. Tartá e Conca jogaram avançados, mas raramente receberam a bola em boas condições. Valencia, Diguinho e Carlinhos erravam muito. Havia um enorme vazio entre a defesa e o ataque. Além do trio de frente, só restavam os raros avanços de Mariano.
Rafael Moura luta com o zagueiro Mosquera: sofrimento no ataque tricolor (Foto: Photocamera)
Com isso, foram raríssimas as vezes em que o Fluminense rondou a área do América na etapa inicial. Fora duas jogadas anuladas pela arbitragem por impedimento, o Tricolor só fez duas finalizações no primeiro tempo: um chute de Mariano mal espalmado por Ochoa, aos 15; e uma tentativa de Conca de fora da área, longe do gol.
Do outro lado, Ricardo Berna não chegou a trabalhar muito, mas precisou estar bem mais atento. Aos 23, Sanchez roubou a bola de Leandro Euzébio, driblou Gum e errou na hora do último passe, para alívio da defesa tricolor. Os lances mais perigosos surgiam em chutes de longe. O melhor deles surgiu aos 33, quando Oliveira obrigou Berna a se esticar para espalmar. Aos 39, o mesmo Oliveira recebeu livre, na linha da meia-lua, e chutou bem perto.
América vence no ímpeto das alterações
O Fluminense voltou para a etapa final sem trocas. Mas houve uma mudança pelo menos de postura. O time percebeu que precisava ameaçar um pouco mais. E logo aos três minutos, Carlinhos resolveu “imitar” os mexicanos. Na primeira chance que apareceu, mandou de muito longe, aproveitando a bola mais leve por causa da altitude. O chute saiu rasante, e tocou no travessão antes de sair.
Até a posse de bola tricolor melhorou. O time passou quase todos os primeiros dez minutos no campo do adversário. Aos nove, Mariano cobrou falta e Rafael Moura, impedido, desviou de cabeça para fora. Aos 12, Vuoso, nervoso, acertou um chute no rosto de Valencia. O Fluminense crescia. O nervosismo mudava de lado.
Aos 14, Valencia foi dar um bico para o alto e sentiu dores na perna. Talvez fosse a chance de Muricy tornar o time mais ofensivo. Mas Edinho foi o escolhido. A resposta mexicana foi mais ousada. Carlos Reinoso tirou o lateral Layun e colocou o atacante Daniel Marquez. Foi o suficiente para o América mudar o panorama. Aos 22, Reyna cruzou e Vuoso cabeceou com perigo. Os donos da casa eram novamente os donos do jogo.
Logo depois, mais uma alteração mexicana. Saiu Oliveira e entrou mais um homem de frente, Martinez. O América se lançou todo ao ataque. E o gol não demorou a sair. Montenegro deu bom passe para Marquez. Carlinhos ficou parado pedindo impedimento. E o atacante do América tocou com estilo na saída de Berna, aos 25. Tata, auxiliar de Muricy, correu para cima do bandeira Humberto Clavijo, sem razão, e foi expulso.
Não havia outra alternativa a Muricy. Era hora de mudar o time. Araújo foi chamado. Mas quem saiu foi Conca. Ou seja, taticamente, o jogo continuou parecido. Logo depois, Ronaldo Torres continou reclamando do auxiliar e também foi expulso. Era o símbolo de um grupo com os nervos à flor da pele.
Muricy só decidiu abrir o time aos 36 do segundo tempo, colocando Souza no lugar de Digão. Era tarde. O time só conseguiu mais uma finalização perigosa, com Rafael Moura, aos 44. Ochoa defendeu. Era muito tarde.
Ochoa, Layun (Daniel Marquez), Mosquera, Valenzuela e Rojas; Pardo (Reyna), Rosinei, Oliveira (Martinez) e Montenegro; Vuoso e Vicente Sanchez | Ricardo Berna, Gum, Digão (Digão) e Leandro Euzébio; Mariano, Valencia (Valencia), Diguinho, Conca (Araújo), Tartá e Carlinhos; Rafael Moura |
Técnico: Carlos Reinoso | Técnico: Muricy Ramalho |
Árbitro: Wilmar Rodan(COL), auxiliado por Humberto Clavijo (COL) e Javier Camargo (COL) | |
Gol: Marquez, aos 25 do segundo tempo | |
Cartões Amarelos: Montenegro (América) Diguinho, Edinho (Fluminense) | |
Data: 2/3/2011 Local: Estádio Azteca, na Cidade do México |
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