segunda-feira, 6 de junho de 2011

De Veneza para Gávea: saiba detalhes da chegada de Petkovic

Negociação aconteceu no fim de 1999. Primeiro pedido de Petkovic ao chegar foi jogar com a camisa 10, de Zico

Por Lancepress - Postado por Abraao Na Rede

A camisa será a 43 e o palco, o Engenhão. Situações reservadas para o último capítulo e distintas de 11 anos atrás, quando Petkovic começou a construir a sua história pelo Flamengo.Na despedida oficial, hoje, às 16h, contra o Corinthians, o sérvio dá o seu adeus oficial ao futebol com o staus de um dos principais ídolos da seleta galeria rubro-negra.

Condição de ícone que foi idealizada no outono europeu, precisamente em Veneza, na Itália, entre outubro e
dezembro de 1999. A missão de contratar um jogador para ser referência e garoto-propaganda da ISL, empresa suíça de marketing e parceira do Fla na época, foi passada ao então vice de futebol, Cacau Medeiros:

Petkovic

– Lembrava que Pet tinha se destacado no Vitória e indiquei. Fomos procurá-lo no Venezia. As primeiras investidas foram frustradas e a negociação só ganhou novos rumos em novembro. Antes de acertar o preço da compra, US$ 7 milhões (R$ 11 milhões) e o salário de cerca de US$ 100 mil ( R$ 157 mil), o ex-dirigente falou
pela primeira vez com Pet por telefone. Além da ajuda para pagar o aluguel de uma casa na Barra da Tijuca e de um carro importado para a família, Pet fez outro pedido:

– Ele queria jogar com a camisa 10 que foi a usada por Zico, o maior ídolo dele. E dissemos ok. O clube finalizou a transação no fim de dezembro e, na primeira semana de janeiro, Pet desembarcava no Rio de Janeiro para marcar época no Flamengo e realizar um sonho confidenciado a Cacau:

– O projeto de vida dele era envelhecer no Brasil e
desfrutar da cidade do Rio depois de parar de jogar.

PETKOVIC PECULIAR

Exigências

Quando fez o contrato com o Fla, o sérvio pediu uma ajuda para o aluguel de uma casa na Barra da Tijuca e um carro importado (Mercedez ou equivalente) para ficar disponível para sua família. Além disso, o meia perguntou se poderia jogar com a camisa 10, de seu ídolo Zico.

Reservado

No dia em que chegou ao Brasil, os dirigentes do Fla foram até à porta do avião, na pista, para receber Pet. O jogador estava acompanhado da família e
foi o último a descer do avião. Os rubro-negros chegaram a pensar que Pet tinha desistido. No aeroporto, apenas um torcedor, o Peruano, estava no local.

Responsável

Pet havia se mudado de Copacabana para a Barra. Uma van buscava o sérvio para os treinos no Fla Barra. Um dia, porém, o motorista se atrasou. Para não chegar atrasado, o meia pediu a bicicleta do porteiro de seu prédio e foi pedalando até o CT.

Habitat

Apesar de antes mesmo de ter chegado ao Rio de Janeiro Pet ter escolhido a Barra da Tijuca para morar, o
meia passou um tempo com a família em um hotel localizado próximo ao forte da Copacabana, na zona sul Rio de Janeiro. Nos primeiros dias na cidade, o jogador convidou Cacau Medeiros e sua família para um jantar. No encontro, Pet queria saber do ex-dirigente se ele tinha informações sobre o futebol ioguslavo.

Prenúncio?

A contratação de Petkovic aconteceu no fim de 1999, na virada do outono para o inverno europeu. Cacau Medeiros, vice de

futebol do Flamengo na época, esteve em Veneza para negociar e contou que chegou até a nevar na cidade italiana. Segundo

habitantes da cidade, o fato é considerado raro, contou Cacau.

Personalidade difícil?

Antes de conhecer Petkovic pessoalmente, Cacau Medeiros contou que as pessoas falavam que o jogador era de trato difícil. O ex-dirigente, porém, fez outra avaliação: "Pet não é jogador de fazer agrado à cartola. Ele respeita as pessoas, mas fazendo-se ser respeitado acima de tudo"

Vai vingar?

Cacau Medeiros acompanhou um dos primeiros treinos do Pet no Flamengo. Segundo ele, a certeza de que o meia daria certo no clube já se confirmava. "Teve um escanteio no primeiro corner. Ele bateu e quase fez
gol olímpico. Depois, ele cobrou um no segundo corner na cabeça do zagueiro. Perguntei ao Paulo César Carpegiani se era realmente aquilo que estava vendo. Ele disse que era um craque que nos traria muitas alegrias".

Com a palavra Cacau Medeiros, vice de futebol do Flamengo que contratou Petkovic

Pet havia jogado dois anos pelo Vitória e foi eleito um dos melhores do Brasileirão. Achei isso inédito e guardei o nome desse jogador. Quando a ISL chegou ao clube, pediram a contratação de um jogador importante. No meio disso, Gilmar Rinaldi deu a indicação de Pet.

Pesquisamos
informações sobre ele e tivemos ótimas referências. E a empresa gostou do perfil do Pet por se tratar de um jogador politizado, inteligente e por ter origem em um país que teve uma história de conflitos. Eles tinham interesse também em explorar a imagem do jogador.

Mas isso não aconteceu depois porque a empresa quebrou e a parceria foi encerrada.

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