terça-feira, 5 de abril de 2011

Geninho solta o verbo e fala sobre o Atlético-PR e o seu futuro

Técnico concedeu entrevista ao programa Arena Sportv e contou continuar magoado com a diretoria do clube. Ele ainda falou sobre falta de coleguismo

Por GLOBOESPORTE.COM Curitiba - Postado por Abraao Na Rede

Geninho de saída do Atlético-PR (Foto: Luciano Balarotti-RPC TV)
Geninho de saída do Atlético-PR

(Foto: Luciano Balarotti-RPC TV)

O técnico Geninho participou na tarde desta terça-feira do programa Arena Sportv e falou sobre sua demissão. Surpreendido pela demissão anunciada pela diretoria um dia após a vitória no clássico contra o Paraná Clube, Geninho voltou a falar que está magoado como foi tratado. Ele reclamou do sentimento de amizade que foi quebrado, chamou os diretores de mal agradecidos e confirmou que não pretende mais pisar no Atlético-PR.

O técnico também falou sobre o seu futuro e revelou que existe pouco profissionalismo na categoria, onde, conforme eles, muitos treinadores se oferecem para clubes com a intenção de derrubar os treinadores. Leia abaixo os principais pontos da entrevista.

Sentimento

Não é um momento muito feliz. Não estou alegre com a situação. Tive uma decepção muito grande com pessoas que eu confiava, que achava que eram meus amigos.

Demissão

Depende de como acontece. No meu caso, eu nunca deixei clube nenhum no meio do trabalho. Quando saí, foi porque meu trabalho não estava tendo resultado, ou porque o contrato estava no fim. No próprio Atlético-PR já teve ocasião onde tive proposta do Flamengo e não saí, nunca deixei um trabalho no meio. O que magoou foi a maneira. Eu já estava demitido no sábado e só fui comunicado no domingo. Provavelmente havia a torcida para que eu perdesse o clássico, assim a minha demissão seria calçada no fato de ter perdido. Estive com o presidente e ele não comentou em momento algum.

Geninho, do Atlético-PR (Foto: Fernando Freire - RPC TV)
Geninho, ainda no Atlético-PR

(Foto: Fernando Freire - RPC TV)

Diretoria mal-agradecida

Quando vim aqui dar a cara pra bater em 2008, com o Atlético-PR com 90% de chance de ser rebaixado, naquela época fui leal e ajudei. E agora estão retribuindo com um tipo de atitude com este. A demissão não é a primeira, faz parte, o que magoou muito foi a maneira como aconteceu.

Explicações não convencem

Eu sei que todo treinador sabe que nunca é unanimidade. Eu tinha um grande apoio da torcida, da ordem de 80%. Isto ficou constatado hoje, pela reação nas ruas e também dos orgãos de imprensa locais. Eu tinha algumas arestas na diretoria, mas é normal. Fizemos um trabalho de 40 dias, foram dez jogos, viagens longas, sem tempo para trabalhar. Tive um crescimento muito grande neste clássico com o Paraná. É complicado. A explicação que tive foi que pressão interna pela minha saída era muito grande, que iam ter que trocar a comissão. Depois, na coletiva, o diretor disse que a decisão foi da presidência, que cabia a ele acatar.

O que acontece é que não há uma unidade na classe de treinadores. É todo mundo querendo derrubar todo mundo"
Geninho

Puxaram o tapete?

Não acho que houve uma puxada no tapete. É muito natural a diretoria ver que precisa haver troca no comando, que ela procure no mercado para o caso de demitir e já ter alguém apalavrado, é natural. O que acontece é que não há uma unidade na classe de treinadores. É todo mundo querendo derrubar todo mundo. Quando desempregados, alguns ficam desesperados. Assim que são procurados, já se colocam à disposição. O que eu acho que deveria haver, mas acho utopia, é você ligar para aquele profissional que está trabalhando e dizer "te cuida, tua diretoria está procurando treinador". Levir e Abel, pergunte a eles, já fiz isso com eles. Levir ia para o Japão, Abel, para a Arábia. Até conversei com eles, a gente tem que agir assim, não custa nada. Aceitar também é normal, todo mundo quer trabalhar, alguns até precisam trabalhar. Deveria haver uma unidade maior, deveria haver pelo menos um pouco mais de coleguismo, avisar "te cuida porque a coisa não esta boa". O treinador se oferecer é mais difícil. Existe. Bem no começo da minha carreira, me puseram na extensão do telefone para eu ver o meio que eu estava me metendo, e tinha um colega se oferecendo.

Problema é com o Atlético ou com a diretoria?

Não é nada com o clube, eu sou altamente grato ao Atlético. Talvez tudo o que consegui como treinador tem o Atlético no meio. Meu selo de qualidade veio quando fui campeão brasileiro pelo Atlético. A minha relação com o clube teve muita coisa boa. A minha decepção foi com as pessoas que comandam.

Futuro

Falei em quatro anos, mas não sei se chego a tanto, gosto muito do que faço. A minha vida toda foi futebol. Fiz faculdade (Direito), tinha a ideia de seguir outro tipo de carreira, e o futebol passou por isso tudo. A ideia inicial é dar um tempo até o inicio do Brasileiro. É difícil pegar agora em reta final de regional. Eu escolho onde trabalhar pensando se vou me sentir bem. Isto é fundamental para minha decisão.

Veja a entrevista de Geninho na íntegra aqui

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