domingo, 24 de abril de 2011

Um Fla-Flor Pra Recobrar a Sanidade

Por Arthur Muhlenberg - Postado por Abraao Na Rede

Durante esta santa semana uma esdrúxula sequência de acontecimentos raros na esfera desportiva fizeram com que o piedoso e impoluto Mengão Alegria dos Homens ocupasse mui injustamente o papel de Judas no sábado de Aleluia. Que levou pauladas a torto e a direito vindas das mais variadas procedências.

Os fenômenos de difícil ocorrência, tais como o Flamengo não passar o rodo em adversário na Copa do Brasil ou a apresentação máscula do corpo de baile do Flor, provocaram um surto de histeria e uma ligeira síndrome coletiva de inversão de valores.

Nessa súbita inversão de valores, que se estabeleceu tão somente após míseros 2 jogos, o favoritismo no Fla-Flor, favoritismo que come, dorme e tem a sua roupa lavada na Gávea desde o primeiro jogo da primeira rodada da Taça Guanabara, catou seus breguetes e se muquifou num puxadinho ainda não desratizado em Laranjópolis. É preciso professar uma crença muito forte e genuína no Papai Noel e nos poderes do Saci-Pererê pra acreditar que no mundo real as coisas sejam assim.

O Fla-Flor desse domingo ganhou em competividade, é inegável. Mas apenas porque o Florminense, bafejado pela sorte, consegui adiar a sua desclassificação e disparou na frente do Foguinho na sua disputa particular pra ver quem é a maior decepção carioca em 2011. Fora isso continua tudo igual na cosmogonia do futebol mundial. Onde o Flamengo permanece a incontáveis patamares acima dos trânsfugas da segundona da camisa cheia de cor.

Se às vezes o bombardeio midiático é tão intenso que até faz as pessoas esquecerem de quem elas são, imagina se não faz também com que muitos esqueçam momentaneamente de quem é o Flamengo. Esquecem de tirar aquela média clássica entre a Lei de Murphy e a Teoria do Caos e perceber que o Flamengo está permanentemente topando com a encruzilhada. Esquecem que quem vive no topo está cercado de abismos por todos os lados. E, principalmente, esquecem que por mais estelar que seja nosso elenco o fino equilíbrio no fio da navalha faz parte da nossa essência.

Pouco importa se o Mengão andou dando mancada nos seus últimos compromissos esportivos. Sempre aposto nos valores morais do grupo, que tá muito unido. Todo mundo vai pra manguaça junto e a ética dos pinguços é rigorosa: quem faz merda tem que limpar. Pois é essa a hora de limpar a bagunça das últimas semanas. Hora de mostrar pra geral porque somos só nós que estamos a 2 jogos de distância do título.

Vamos com tudo pro Fla-Flor, protegidos pelo Manto e abençoados por todos os santos. Salve Jorge.

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