quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Parceira do Fla no projeto R10 fica fora dos lucros de patrocínio em 2011

Traffic não terá parcela no novo acordo com o anunciante principal, que será votado nesta quinta-feira. Clube vai receber cerca de R$ 7 milhões

Por Richard Souza Rio de Janeiro - Postado por Abraao Na Rede

Ronaldinho comemora gol do Flamengo contra o Atlético-PR (Foto: Nina Lima / Vipcomm)
R10 fez o gol da vitória sobre o Atlético-PR: alegria
sem retorno financeiro (Foto: Nina Lima / Vipcomm)

A busca do Flamengo por um patrocinador principal deve chegar ao fim nesta quinta-feira. O contrato com a Procter & Gamble será votado em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, às 19h, na Gávea, e tudo caminha rumo à aprovação. A empresa vai estampar as marcas Gillette e Duracell no espaço nobre do uniforme rubro-negro até o fim deste ano por aproximadamente R$ 7 milhões. O iminente acerto com o anunciante ameniza, mas não encerra a crise que acomete o departamento de marketing. Foram sete meses sem um patrocínio master, o que gerou mal-estar e questionamentos internos.

Parceira do clube na contratação de Ronaldinho Gaúcho, a Traffic decidiu monitorar as negociações de perto. A preocupação da empresa se explica. O retorno da parceria com o Flamengo por R10 é totalmente baseado na geração de receitas do departamento de marketing. Não há no contrato, por exemplo, garantias que envolvam percentuais de direitos econômicos de atletas do clube.

A negociação com a P&G não passou pela Traffic. Do valor que irá entrar nos cofres do Rubro-Negro com o novo contrato, nenhum centavo irá para a conta da empresa. O contrato entre as partes considera como ponto de partida os R$ 30 milhões recebidos no ano passado (soma dos contratos com Batavo - R$ 22 milhões - e BMG – R$ 8 milhões) e prevê a divisão da quantia excedente da seguinte forma: 50% para Ronaldinho; 30% para o Flamengo e 20% para a Traffic, que também pode trabalhar como intermediária na captação de patrocinadores e faturar 15% de comissão de agência.

Há alguns dias, executivos da parceira procuraram o Rubro-Negro e convocaram uma reunião para tratar do tema. A relação entre as partes é considerada ótima, mas a cobrança pelo retorno do investimento realizado começou. Isso porque a Traffic se comprometeu a pagar R$ 36 milhões ao jogador até dezembro de 2014, quando o vínculo se encerra (até agora, pagou R$ 6 milhões). É o valor referente à parte de responsabilidade da empresa no acordo. Do pomposo salário de R$ 1 milhão que cai na conta do Gaúcho todo mês, R$ 750 mil são depositados pela parceira e R$ 250 mil pelo clube.

Inicialmente, o Flamengo pedia cerca de R$ 30 milhões para o patrocinador principal. Diante da dificuldade em encontrar interessados, o departamento demorou, mas passou a trabalhar com a ideia de “fatiar” o uniforme. Alguns poderes do clube, em especial do Conselho Fiscal, condenaram a intenção sob justificativa de que a camisa seria transformada em macacão de Fórmula 1. O que só gerou indecisão, perda de tempo e de dinheiro. No primeiro semestre, o clube rejeitou uma proposta de R$ 16 milhões até o fim do ano de uma montadora de carros. O prazo para fechar com uma empresa chegou a ser estipulado para o fim de março, o que não ocorreu.

Alto valor de comissão veta o Felicidade Urbana

Também estava prevista para a reunião desta quinta-feira a votação da proposta de patrocínio do site de compras coletivas Felicidade Urbana. O contrato, no entanto, saiu da pauta por decisão da presidente Patricia Amorim. Os principais entraves para o acerto foram a forma de pagamento - duas parcelas de R$ 100 mil e outras dez de R$ 500 mil - e o alto valor da comissão a ser paga à agência que intermediou a negociação. Esse valor seria de um total de R$ 800 mil divididos em duas parcelas, com os pagamentos sendo feitos no início da vigência do contrato. Para se ter uma ideia, a comissão paga sobre o contrato com a Batavo, em 2010, num contrato de R$ 22 milhões, não passou de R$ 700 mil.

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