Ousadas alterações na etapa final fazem time derrotar o rival pela primeira vez na história da Liga: 2 a 1. Volta é no dia 8, e ingleses jogam pelo empate
Um jogo de tirar o fôlego, com final feliz para os ingleses. Assim foi a partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, entre Arsenal e Barcelona, nesta quarta-feira, no Emirates Stadium, em Londres. Depois de saírem perdendo para os catalães, gol de Villa, os Gunners buscaram a virada para 2 a 1 já no fim do segundo tempo. Van Persie e Arshavin foram os heróis.
Com o resultado, o Arsenal joga por um empate no jogo de volta, dia 8 de março, no Camp Nou, para avançar à fase de quartas de final. O Barça se classifica caso vença por 1 a 0 (gol fora de casa é critério de desempate) ou por dois ou mais gols de diferença. Se o time catalão devolver o placar de 2 a 1, a decisão vai para a prorrogação.
Foi a primeira vitória do Arsenal sobre o Barcelona na história da Liga dos Campeões. Antes, os catalães haviam vencido três e empatado dois dos cinco jogos já disputados entre os clubes. Para conseguir o triunfo, a ousadia do técnico Arsene Wenger foi determinante. Perdendo por 1 a 0, ele trocou o volante Song pelo meia-atacante Arshavin, depois o meia Walcott pelo atacante Bendtner. No fim, acabou premiado.
Estiveram em campo os laterais Daniel Alves e Maxwell, pelo Barcelona. Embora não tenham sido brilhantes, os dois tiveram atuações seguras. O outro brasileiro do time, Adriano, entrou no finzinho. No Arsenal, o volante Denílson era o representante brasileiro. Aniversariante do dia (completou 23 anos), o ex-são-paulino ficou no banco de reservas.
Barça esfria o ímpeto do Arsenal na base do toque de bola
Messi tenta se livrar da marcação de Song: argentino não foi genial, mas jogou bem (Foto: AFP)
O Arsenal contou com o retorno do meia Nasri, que estava machucado. O jogador atuou ao lado de Fábregas e Walcott no setor de criação dos Gunners. No ataque, apenas Van Persie jogou como referência. No Barça, a ausência foi a do capitão Puyol, machucado. O time catalão improvisou o lateral Abidal na quarta zaga.
O jogo começou com o Arsenal pressionando o Barcelona. Nos cinco primeiros minutos, os ingleses criaram duas boas oportunidades. Na primeira, Song chegou um segundo atrasado e não conseguiu desviar na pequena área. Depois, Van Persie recebeu livre no lado esquerdo da área e obrigou o goleiro Valdés a fazer grande defesa.
David Villa vibra com o gol do Barcelona (Foto: AFP)
Aos poucos, o Barça soube segurar o ímpeto dos Gunners e se impôs. Na base do toque de bola, os catalães começaram a colocar o Arsenal na roda e as chances de gol foram surgindo naturalmente. Aos 15, David Villa deu passe açucarado para Messi, que saiu na cara do goleiro Szczesny. O camisa 10 deu um toque sutil, cheio de estilo, e a bola saiu raspando a trave esquerda.
A partir daí, o Barça se impôs de vez e, até o fim do primeiro tempo, foi sempre mais perigoso. Com Villa e Messi muito inspirados, o time deu trabalho à defesa do Arsenal até abrir o marcador, aos 26 minutos. Messi disparou pelo meio e, cercado por quatro, conseguiu dar um passe perfeito para Villa, que entrou livre e tocou rasteiro, na saída de Szczesny.
Tudo ou nada vira tudo para o Arsenal
Em desvantagem, o Arsenal tentou se impor na base da raça, mas não teve grande sucesso até o fim do primeiro tempo. Na etapa final, o time tentou uma vez mais ir para cima do Barcelona. Os Gunners passaram a valorizar mais a posse de bola, mas tiveram muita dificuldade para criar chances de gol.
Uma das melhores oportunidades dos ingleses ocorreu aos 16 minutos. Nasri avançou pela esquerda e cruzou rasteiro para a área. Piqué cortou para escanteio no momento exato em que Van Persie estava pronto para empurrar para a rede.
A exemplo do que aconteceu na etapa inicial, aos poucos, o Barça começou a tomar conta do jogo. Com longas trocas de passes, os visitantes esfriaram o time da casa. Aos 22, Messi teve grande chance para marcar, mas bateu na rede pelo lado de fora.
Van Persie abraça o técnico Arsene Wenger depois de empatar o jogo (Foto: AFP)
Aos 23 minutos, os dois treinadores fizeram suas primeiras alterações. Guardiola sacou o atacante Villa para lançar o meia Keita. Wenger, por sua vez, tirou o volante Song para pôr em campo o meia-atacante Arshavin.
O panorama não mudou. Wenger resolveu então reforçar ainda mais seu poderio ofensivo e, aos 31, trocou Walcott pelo atacante Bendtner. O grandalhão nem sequer tocou na bola, mas o time enfim chegou ao empate. Aos 33, Clichy deu passe para Van Persie no lado esquerdo da área e o atacante, quase sem ângulo, bateu entre a trave e Valdés para deixar tudo igual.
Com a torcida do Arsenal inflamada, o jogou pegou fogo. O Barcelona não deixou de atacar e, incrivelmente, levou a virada num contragolpe. Aos 38, Fábregas descolou um longo lançamento para Nasri, que entrou livre pela ponta direita. O francês cruzou rasteiro para o meio e encontrou Arshavin no meio da área. O russo bateu de chapa e correu para o abraço.
O Barça ainda tentou buscar o empate e teve duas boas chances, com Daniel Alves, mas o goleiro Szczesny estava atento. No fim, festa dos Gunners no Emirates Stadium.
Ficha técnica:
Szczesny, Eboué, Koscielny, Djourou e Clichy; Song (Arshavin), Wilshere, Walcott (Bendtner), Fábregas e Nasri; Van Persie. | Valdés, Daniel Alves, Piqué, Abidal e Maxwell; Busquets, Xavi e Iniesta (Adriano); Pedro, Messi e David Villa (Keita). |
Técnico: Arsene Wenger. | Técnico: Josep Guardiola. |
Gols: David Villa, aos 26 do primeiro tempo; Van Persie, aos 33, e Arshavin, aos 38 do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Song, Nasri, Van Persie, Arshavin (ARS), Iniesta e Piqué (BAR). | |
Data: 16/02/2011. Estádio: Emirates, Londres (ING). Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA). Assistentes: Renato Faverani e Andrea Stefani. |
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