Presidente do C13 culpa CBF e Globo por racha, se diz traído e chama Teixeira de 'abjeto'

O presidente do C13, Fábio Koff, conversou com Juca Kfouri e atacou CBF e Globo

Em meio ao racha no Clube dos 13 por conta das negociações pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, o presidente da entidade, Fábio Koff, resolveu disparar publicamente e acertou em cheio dois alvos pesados: a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Rede Globo de Televisão.

Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Juca Kfouri, comentarista e apresentador dos canais ESPN, publicada na edição desta sexta-feira do jornal Folha de S.Paulo, o dirigente responsabiliza o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o principal executivo da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, pelo racha no C13.

Koff ainda chama Teixeira de "abjeto", diz que foi traído várias vezes pelo cartola e fala até na possibilidade de criação de uma liga nacional de clubes, projeto antigo da entidade que preside.

"Essa ruptura do C13 é coisa do Ricardo e do Marcelo. Eles são vizinhos de sítio e tramam tudo nos churrascos que fazem", disparou Fábio Koff, que conversou com Juca Kfouri na tarde da última quarta-feira, na escritório do jornalista, em sua casa.

O presidente do C13, Fábio Koff, conversou com Juca Kfouri e atacou CBF e Globo
Crédito da imagem: Agência Estado"Errei ao aceitar ser chefe da delegação da seleção brasileira na Copa da França. E foi muito criticado por isso, com razão de quem criticou", continuou Koff. "Fui, convivi pouco com o Ricardo, ele lá, eu cá, mas não posso negar que ele é tão poderoso como abjeto."

O presidente do C13 e ex-presidente do Grêmio também disse que já foi alvo de traições por parte da alta cúpula da cartolagem nacional "Fui traído muitas vezes ao longo desses anos, embaixo do pano, na calada da noite", atacou.

Em relação à reeleição obtida no ano passado para mais um mandato à frente do C13, em que derrotou Kléber Leite, candidato apoiado por Ricardo Teixeira e que contava com a simpatia da Globo, Koff falou em uma "armação" para eleger o adversário.

"Juro que não queria mais uma reeleição. Mas, quando vi a armação para eleger o Kléber Leite, sem nenhuma conversa comigo, até meus filhos e minha mulher, que não queriam mais que eu ficasse, acharam que não, que eu tinha de ir para a luta", contou. "E eles compraram votos, empréstimo para um, adiantamento para outro, mas não passaram de oito votos porque nós também trabalhamos sem descanso."

Sobre a negociações pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, Fábio Koff voltou a se colocar como antagonista dos interesses da direção da CBF, que, em sua visão, influenciou alguns clubes para que rompessem do C13 ou decidissem negociar separadamente. "Só me resta lutar até o fim. Se cair, cair de pé. Quem sabe não lanço agora a Liga (nacional de clubes)?", sugere.

Ao tomarem conhecimento das declarações de Koff a Juca Kfouri, Ricardo Teixeira e Marcelo Campos Pinto disseram à Folha que o fórum mais adequado para responder às acusações do presidente do C13 é o Poder Judiciário. "Somente posso atribuir o seu comportamento (de Koff) à atitude de uma pessoa de idade avançada, que nos últimos tempos vem dando demonstrações públicas de um total desequilíbrio emocional", disse Campos Pinto ao jornal.