Zico
No Flamengo
"É muito pequeno, não dá". Esta foi a frase que Arthur Antunes Coimbra ou Zico ouviu logo no inicio de sua carreira, dita pelo técnico Modesto Bria, treinador das divisões de base. Levado ao Clube pelo radialista Celso Garcia, que seguiu com perseverança, para acabar com a teimosia do técnico. E agradecemos à ele, pois em pouco tempo o franzino Zico já mostrava seu belo futebol, nas divisões do de base do Flamengo.
Maior artilheiro do Flamengo, segundo maior da Seleção Brasileira (atrás apenas de Pelé), líder do time rubro-negro em suas maiores conquistas, Zico sempre teve que suar muito para conseguir o que queria. Cedeu praticamente a sua infância em busca de um sonho, de ser jogador de futebol e de jogar pelo Flamengo. Depois de muito suor e luta, conseguiu alcançar seu objetivo! Tornou-se jogador, titular, e caiu nas graças da galera Rubro-Negra.
Mais tarde, conquistando três campeonatos brasileiros, um tricampeonato carioca, uma Taça Libertadores e um Mundial Interclubes em 1981, em Tóquio, Zico conseguiu calar os críticos e e se firmar de vez como ídolo da nação. Tornando-se a principal figura e o maior ídolo da história do Flamengo! Flamengo este que deve muito à Zico, pela sua dedicação, pelo seu amor, pela sua vontade e luta pelos seus ideais. Zico preencheu a galeria de títulos do Flamengo com os mais importantes troféus que qualquer equipe do mundo pode almejar. Mas uma proposta fez com que ele se transferisse para a Udinese, mas foi por pouco tempo.
A falta de ambição da Udinese acabou motivando Zico a voltar ao Flamengo. O retorno, em 1985, muito festejado pela torcida, mas, no mesmo ano, sua carreira sofreu o mais duro golpe: em uma partida contra o Bangu, Márcio Nunes fez uma falta criminosa, entrando com os dois pés no joelho esquerdo de Zico. A jogada rompeu os ligamentos cruzados do joelho do craque, que teve que se submeter a diversas operações e, segundo ele, "aprender a andar de novo". Mais uma vez tendo que provar a sua paixão pelo futebol, e sua gana de vencer; e também demonstrou não guardar mágoas, perdoando o zagueiro Márcio algum tempo depois.
No ano seguinte, 1987, Zico encabeçou um Flamengo sensacional, que incluía jogadores experientes, como Edinho, Leandro, Andrade e Renato Gaúcho, e jovens como Leonardo, Bebeto, Zinho, Aldair e outros. O resultado foi a conquista da Copa União, o equivalente ao Campeonato Brasileiro daquele ano, o quarto da vida de Zico.
Dois anos depois, em 1989, Zico se despediu do Flamengo pela segunda vez, rumo ao Japão, onde encerrou a sua carreira como jogador profissional.
Na Seleção Brasileira
Na Seleção Brasileira, mais um desafio: ser titular. Teve que superar a desconfiança de treinadores,torcedores e imprensa e provar, com gols e belas jogadas, que tinha valor para vestir a camisa que um dia fora de Pelé: a número 10. Esta empreitada foi coroada com a convocação de Zico para a Copa do Mundo de 1982 como cérebro de um time que tinha os geniais Falcão, Sócrates, Leandro e Júnior e é até hoje considerado o melhor do Brasil desde a Copa de 70. Maior do que qualquer dificuldade era a vontade de Zico de parar quando quisesse, e não por imposição de quem quer que fosse. Com esta idéia fixa, Zico dedicou-se como nunca a seus exercícios de fisioterapia, lutando muito, para poder assim melhorar. Eram pequenos porém regulares progressos a cada fase. Mas em momento algum abaixou a cabeça e deixou de lutar pelo o que queria, sempre alcançando seus objetivos, pois mais difícil que fosse.
Zico conseguiu voltar a tempo de disputar a Copa do Mundo de 1986, no México, sob a batuta de Telê Santana, o mesmo da Seleção Brasileira de 1982. Zico não jogou muito, ainda por causa da contusão em 1985, e sua participação ficou marcada pelo pênalti perdido contra a França, no jogo em que o Brasil foi eliminado. Pênalti esse que foi um dos raros momentos de infelicidade da relação Zico X futebol, servindo como uníco álibe de quem coloca a carreira gloriosa de Zico em questão. Mas quantos jogadores já não erraram pênaltis, ou cometeram erros marcantes em horas de decisão? Isto aconteceu, e serviu de experiência para o Galinho, que deu a volta por cima e hoje é sempre lembrado por suas atuações e seu amor pelo futebol.
Recentemente, em março de 1998, foi convidado pela CBF para ser o coordenador-técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1998, na França. Disse que aceitou o convite "para servir ao país". Na bagagem, ele leva para o convívio com os jogadores que vão disputar a Copa da França a experiência de três Mundiais (78, 82, 86), dez anos de seleção brasileira (1976-1986), e 96 gols com a camisa "canarinho", o segundo maior artilheiro, atrás apenas de Pelé, com a média de 0,76 gols por jogo. Quis o destino que Zico, o maior atacante brasileiro depois do Rei Pelé, não fosse campeão mundial pela seleção brasileira. Foi campeão interclubes, no show de bola diante do Liverpool, em 1981, e com a camisa do Flamengo ganhou tudo o que disputou. Mas esse estigma não o perturba. "Outros grandes craques brasileiros também não tiveram a felicidade de ser campeões mundiais", diz ele. "Meu compromisso com a CBF, acertado pessoalmente com o presidente Ricardo Teixeira, terminará na Copa da França. Depois do penta, se Deus quiser, estarei de volta ao Kashima e ao CFZ do Rio". O Galinho estreou com pé-quente, na vitória de 2 a 1 sobre a Alemanha, em Stuttgart. Mas infelizmente o Brasil não levou o Penta, e agora Zico está de volta as suas atividades normais. Mas mesmo assim valeu, Zicão!
Fonte: Flapédia
Album de fotos do ZICO
Abaixo vem uma série de fotos do ZICO. Zico, no Flamengo, na Seleção Brasileira, na Udinese, no Kashima e como técnico de futebol, cargo que ele ocupa hoje no Fenerbahçe da Turquia. Clique nas fotos para ampliar.
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