Seleção força o saque e vence as adversárias por 3 sets a 0 para garantir a classificação antecipada e passagem para Tóquio
Em 9 de novembro de 1989, os alemães comemoravam a abertura do caminho entre os lados oriental e ocidental da nação. A queda do Muro de Berlim completa 21 anos nesta terça-feira. Protagonistas de um dos fatos mais marcantes da história, as germânicas fizeram um papel de apenas coadjuvantes em mais um movimento de passagem e avanço de etapas para um país. Em busca do título inédito do Mundial de Vôlei, o Brasil aproveitou o fraco desempenho da Alemanha em quadra e carimbou sua passagem de Nagoya para Tóquio. A vitória por 3 sets a 0, parciais de 25/16, 25/13 e 25/21, confirmou a classificação para as semifinais e deixou a seleção a dois passos do alto do pódio da capital japonesa no próximo domingo.
As meninas festejam a vitória sobre a Alemanha e o passaporte para as semis (Foto: FIVB)
Antes de ir para Tóquio, porém, a equipe de José Roberto Guimarães precisa “cumprir tabela” contra um dos principais adversários do Mundial. Nesta quarta-feira, às 3h (de Brasília), o Brasil enfrentará os Estados Unidos para definir quem deixa o ginásio Nippon Gaishi Hall como o primeiro colocado do Grupo F.
Com 20 acertos, Natália foi a maior pontuadora do jogo. Pela Alemanha, Ssuschke somou oito.
Brasil joga com tática do ‘inimigo’
Antes do jogo, Zé Roberto avisou que a Alemanha tinha um dos melhores saques do Mundial. Porém, o que se viu no início da partida foi o Brasil dominando o fundamento. Fabiana e Thaisa quebraram a recepção alemã e facilitaram o trabalho da equipe, que pontuou com Natália e Sheilla. Depois de um belo rali, a oposta deu show na rede, saindo do bloqueio e marcando 3 a 2 para a seleção.
A defesa verde e amarela também esteve bem posicionada. Fabi e Fabíola resgataram bolas a milímetros do chão. No placar, a vantagem já era de cinco pontos. As alemãs se desconcentraram e erraram ataques, sozinhas. Do outro lado, no entanto, a seleção continuava a mandar saques muito bem colocados. Fabíola abriu o caminho para belas jogadas de Jaqueline e Sheilla, que levaram o marcador a 20 a 12.
Zé Roberto resolveu, então, fazer uma substituição tripla. Sassá, Dani Lins e Joycinha entraram em quadra. As duas últimas permaneceram apenas por dois pontos. Já a ponteira continuou para ajudar na recepção, que deu início ao contra-ataque finalizado por Thaisa, após um levantamento com somente uma das mãos de Fabíola. Mais uma defesa quase impossível da levantadora e da central, e Sheilla fechou o primeiro set, no bloqueio, com 25/16.
Saque da Fabíola abre caminho para seis pontos
Estrela do time alemão, Kozuch passou a primeira parcial zerada. A ponteira só conseguiu pontuar quando o placar já estava 6/5 para o Brasil no segundo set, que começou equilibrado. Porém, o Brasil tinha Sheilla e Natália, que foram beneficiadas pela boa distribuição de bolas de Fabíola.
Sheilla e Thaisa no bloqueio contra a alemã Maren Brinker (Foto: Divulgação / FIVB)
Jaqueline foi para o saque e forçou o braço. Depois de três pontos de contra-ataque, sendo um deles por um erro bizarro de levantamento de Brinker, o técnico Giovanni Guidetti parou o jogo. O italiano deu um show a parte de nervosismo ao lado da quadra. Com uma prancheta na mão, que não tinha nada escrito, ele mordia os dedos, gritava e batia os pés no chão. Nada que ajudasse sua equipe.
Pelas mãos de Natália, o placar ia mudando mais rápido que o técnico pudesse perceber. Até a central Radzuweit, de 1,96m, foi parada no bloqueio pela “baixinha” Fabíola, de 1,84m, para marcar 16/9. A levantadora, aliás, foi o destaque do segundo set. Com uma seqüência de seis saques, deixou a seleção com 11 pontos de vantagem. No bloqueio triplo brasileiro, a parcial foi encerrada em 25/14.
Natália para reação alemã
O Brasil começou errando muito no terceiro set. Do outro lado, o ataque alemão explorou o bloqueio e conseguiu abrir vantagem no placar, com ace de Radzuweit e Beier (8/5). No tempo técnico, Zé Roberto gritou:
- Elas estão virando tudo. Vamos jogar.
A seleção voltou melhor para a quadra. Natália e Fabiana diminuíram a diferença para apenas um ponto. Weiss tentou mandar de segunda, mas a número 12 brasileira devolveu com forte ataque para empatar em 17 a 17 e, em seguida, virou o marcador para a seleção.
Depois que levou a virada, a Alemanha não ofereceu mais resistência. Natália continuou voando na rede, e Thaisa acertou a mão no saque para abrir quatro pontos de vantagem. Mais um ponto da ponteira, e a festa da classificação antecipada para as semifinais começou na quadra em Nagoya.
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