quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

CBF aproveita subserviência geral, pisa na história e ilude os tolos

Por Mauro Cezar, ESPN Brasil - Postado por Abraao Na Rede

A CBF não é um poder supremo, um conselho de Deuses que detém a sabedoria do futebol brasileiro. Pelo contrário. Seu presidente, por lá há 21 anos, raramente é visto em estádios, embora fale muito sobre a construção deles.

Os diretores, que não costumam dar entrevistas, mal conseguem explicar problemas como os da arbitragem. As Séries C e D são formadas por times abandonados pela Confederação, nem um pouco preocupada com eles, que se arrastam.

A CBF deveria trabalhar no fomento do futebol. Estimular o crescimento do esporte nos centros em que isso é necessário e não acontece,
debater com todos os envolvidos os caminhos para que sua estrutura e organização melhorem, etc.

Mas a CBF é apenas sua seleção, que usa jogadores caros, pelos quais clubes de várias partes do mundo pagam muito dinheiro, e com eles forma um time capaz de arrecadar milhões de dólares em 90 minutos. Nada mais lhe interessa.

Isso no que se refere ao campo, porque fora dele... A CBF é voltada à Copa do Mundo marcada para 2014, com a construção de estádios, reformas faraônicas, movimentações políticas, exigências estapafúrdias da Fifa, etc.

E é essa entidade que vai
dizer, agora, se esse ou aquele time tem um, dois, três, oito ou 150 títulos brasileiros? Seu presidente e seguidores talvez tenham o poder para tal, mas o conhecimento, o respeito para que sejam ouvidos e aceitemos? Não!

E assim, em meio a todas as polêmicas que envolvem a tal Copa, com a perspectiva de dinheiro público no estádio que construirão para o Corinthians, as pessoas ficam discutindo essa bobagem de unificação de títulos. Ótimo para a CBF.

Subserviência geral, de grande parte da mídia, inclusive. O destaque dado à canetada da CBF é lamentável. Eu não vou
dedicar meu tempo a essa bobagem. Minha opinião está neste blog desde março de 2009 — clique aqui e leia.

Enquanto isso, o presidente do Corinthians dá o sinal: "Nós já temos as parcerias e eu faço questão de deixar tudo claro quando for anunciar. Tem iniciativa privada e também estatal". A matéria está neste link e segundo o texto a declaração foi dada à Rádio Globo.

A balela da unificação é a cortina de fumaça ideal. Que tolice!

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