Ala americano estreia pelo Flamengo na partida contra o Paulistano, domingo, no Tijuca Tênis Clube
O leão, no braço direito, se destaca entre as 23 tatuagens espalhadas pelo corpo. É um símbolo de força e de liderança; representa um rei. Não só o rei da selva, mas o rei de Indianápolis. Um rei que chega ao Flamengo não como estrela solitária, e sim como mais um integrante da constelação rubro-negra. Experiente, o ala acredita poder ajudar muito o time do Flamengo. "A defesa vem primeiro", diz ele que também é um pontuador nato e que está se adaptando rapidamente ao estilo de jogo rubro-negro.
Relógio de brilhantes, tatuagens, boné de aba reta, iPod com som alto no ouvido, dentes de ouro... Tudo no melhor estilo basqueteiro americano. Além do sotaque comum e do jeito de falar bem despojado, características de quem está acostumado a viver "in the hood". E como todo bom morador de Indiana, fã dos Colts. É fácil reconhecer David Teague ao olhar para o time de basquete do Flamengo. E será fácil também reconhecê-lo por seu estilo de jogo em quadra.
Falando em jogo coletivo e ressaltando a qualidade do grupo, David Teague, 27 anos, novo reforço do basquete, não esconde a ansiedade para sua estreia, domingo (19.12), no Tijuca Tênis Clube, contra o Paulistano. Curiosamente, no dia do aniversário de quatro anos de sua filha, que segue em Indiana com a mãe. Por isso, nada melhor do que dar a ela e a Nação um bom presente neste final de ano.
Confira a entrevista com o jogador abaixo:
Adaptação ao Rio – Estou muito feliz. A cidade é maravilhosa. Bem mais quente do que em Indiana, é verdade (risos). Mas estou satisfeito não só pela cidade como também por todo o tratamento que venho recebendo aqui no Flamengo. Fui recebido de braços abertos. Isso é muito bom.
Grupo do Flamengo – É um grupo excelente, não só tecnicamente, como também em caráter. Estou há algum tempo aqui, e mesmo sem poder jogar, todos tentam me fazer parte do grupo, me sentir importante. Fui bem aceito e já me tornei parte dessa família que é o Flamengo. Não há como não me sentir bem assim.
Estilo de jogo – Eu costumo sempre dizer que a defesa vem antes de tudo. Estou muito focado em ajudar a equipe e venho trabalhando forte para isso. Sou um jogador que pode ajudar com pontos também, mas a defesa é fundamental. Venho também tentando conhecer o estilo de jogo de toda a equipe, me adaptando às jogadas, porque me importo muito com o jogo coletivo. Quero ajudar os outros jogadores a se sentirem bem também, a distribuir a bola, a ajudar o Marcelo a fazer seu jogo, porque sabemos que ele é o líder, que chama a atenção e quando a bola sobrar para mim, espero ajudar.
Jogar na América do Sul – Sou americano, joguei nos Estados Unidos, depois um tempo na Europa e acho que tudo isso é importante para o meu jogo. Agora estou aqui na América do Sul, vou me dedicar bastante, enfrentar novos estilos de jogo, aprender novos estilos de jogo e tenho certeza de que isso só vai me ajudar. Vou crescer bastante com essa experiência. É uma grande oportunidade, ainda mais em um grupo como esse.
Liga das Américas – Sei que é um campeonato muito importante, com times fortes de todos os países do continente e acredito que é o grande objetivo do Flamengo. E, para mim, temos a equipe perfeita, agora com a minha chegada, com o Marcelo, com os outros grandes jogadores que estão aqui, para buscar esse título. É um grupo talentoso, com grandes jogadores, que são também grandes pessoas e que vai buscar esse título de todas as formas.
Receita para o sucesso – Olha, eu costumo trabalhar muito. Muito mesmo. Tanto para me manter em forma como também para evoluir tecnicamente, nos arremessos, na defesa... Procuro aprender sempre com os erros e assistir aos vídeos de partidas antigas para poder aprimorar meu jogo. Como disse antes, também quero me adaptar o mais rápido possível nesse estilo de jogo, achar os espaços, entender as jogadas e ajudar a equipe, que é o principal.
Tatuagens – Tenho 23 tatuagens. Cada uma é especial. Tenho uma frase bíblica aqui no braço esquerdo, no direito o leão, que é o rei da selva, que representa também a minha faculdade e me chamavam também de Rei lá na minha área (risos). Espero fazer mais umas oito, pelo menos.
Estilo Americano – É, cara, lá nós somos assim, né (risos)? É um pouquinho diferente daqui. Tenho esses dentes e tinha até mais, mas tirei antes de vir para cá. É normal, é o estilo de quem cresce em Indianápolis.
Terra natal e NFL – Claro que a gente sente uma saudade, da família, dos amigos, mas já fico até acostumado. Gosto muito de futebol americano, sou fã dos Colts e infelizmente não estamos tendo uma boa temporada. O Peyton Manning também não vem fazendo um ano tão bom, está com algumas dificuldades, mas o SuperBowl será em Indiana acho que daqui há dois anos, em 2012, e tomara que até lá estejamos com a equipe melhor para buscar o título.
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