quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fla vive momento de cobranças: Luxa questionado, e R10 monitorado

Pressão interna cresce sobre o treinador após derrota para o Coxa. Patricia Amorim tenta detectar possíveis problemas internos e excessos do capitão

Por Janir Júnior e Richard Souza Rio de Janeiro - Postado por Abraao Na Rede

vanderlei luxemburgo flamengo coritiba (Foto: Robertson Luz / Agência Estado)
Derrota para o Coxa deixou interrogações no Fla

(Foto: Robertson Luz / Agência Estado)

Passadas as comemorações, o bolo e o soprar das velinhas pelos 116 anos do Flamengo, chegou a hora de arrumar a casa. Vanderlei Luxemburgo sofre fortes questionamentos internos, e a presidente Patricia Amorim busca explicações para a situação do time, principalmente depois da derrota por 2 a 0 para o Coritiba, no último domingo, que deixou o Rubro-Negro em sexto no Brasileiro, com 55 pontos, fora da zona de classificação para a Libertadores. Mesmo com o mantra de agir com tranquilidade, a dirigente tenta detectar se existe algum tipo de problema além das quatro linhas.

As notícias de excessos de Ronaldinho Gaúcho nas noitadas aliadas à queda de produção do camisa 10 já chegaram ao conhecimento de Patricia. Ela não entende por que a principal estrela da companhia não está focada na reta final do Brasileirão - a menos de um mês do fim da temporada.

Nesta quarta-feira, acontecerá mais uma reunião entre representantes do Flamengo e da Traffic, responsável pelo pagamento da maior fatia dos salários de Ronaldinho. Por conta da falta de um contrato entre os parceiros, o camisa 10 não recebe a remuneração completa há três meses (cerca de R$ 2 milhões). A relação entre as partes também sofre desgaste.

Na alta cúpula do clube e nos bastidores da Gávea, o treinador não é mais unanimidade. Longe de intrometer-se na escalação do time, Patricia quer ao menos ouvir de Luxa o porquê de algumas opções utilizadas no jogo contra o Coritiba, como a relação de três volantes para o banco de reservas (Maldonado,Fierro e Willians) numa partida em que só a vitória interessava e também o corte de Muralha e Welinton da relação.

Vanderlei tem contrato com o Flamengo até dezembro de 2012. O técnico não está na folha de pagamento do futebol, pois recebe seus salários como pessoa jurídica. Considerada "obrigação" pela diretoria, a vaga na Libertadores será o fiel da balança para a permanência do treinador na próxima temporada. Aliás, todo o departamendo de futebol está sob análise. O estilo pouco atuante do diretor Luiz Augusto Veloso nos momentos de crise deixa Patricia muito irritada.

Na última segunda-feira, durante entrevista ao programa "Bem, Amigos!", Vanderlei mandou um recado à diretoria do clube, pedindo que a importância de uma classificação para a competição internacional seja reconhecida. Após a derrota no Paraná, ele assumiu de vez o discurso de que o título é impossível. A presidente, por sua vez, exigiu:

- Temos que ir para a Libertadores, temos que ir – frisou Patricia.

Entre os jogadores, o sentimento de respeito pelo currículo de Luxa começa a ser minado por algumas decisões e reações extremas do treinador, inclusive nas preleções. As palavras utilizadas antes dos jogos são consideradas ásperas e egocêntricas. Luxemburgo, segundo relatos de pessoas que transitam no vestiário, sempre exalta suas conquistas do passado para desmerecer alguns jogadores. A forma como cobra respeito em alguns momentos beira o descontrole.

- Quem não respeita o comandante pode vir para a porrada. Eu tô aqui – esbravejou, segundo relato de um atleta do grupo.

Em caso de demissão sem carteira assinada, o acordo prevê pagamento de 50% dos 12 meses que Vanderlei ainda teria a receber, o que daria um valor de aproximadamente R$ 4,5 milhões. Caso fosse funcionário, com base na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), o técnico teria apenas os direitos previstos pela legislação, como pagamento do Fundo de Garantia. Neste caso, o custo seria muito menor para o clube. Os três antecessores de Luxa na gestão de Patricia Amorim (Andrade, Rogério Lourenço e Silas) tinham contratos baseados na CLT.

Informado sobre o teor da reportagem, Vanderlei Luxemburgo não quis se pronunciar.

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