sábado, 30 de julho de 2011

A consciente Nação, por Rondi Ramone

Por Arthur Muhlenberg - Postado por Abraao Na Rede

Após a partida mais relevante do futebol mundial de 2011 (sim, pois na final da Champions League só um time jogou bola e neste os dois jogaram) nós, a torcida rubronegra, demos um verdadeiro espetáculo de comportamento, de humildade, de sacanagem, de tiração de onda e de dialética.

Pensem comigo: que vitória não reduz o foco sobre problemas estruturais de uma equipe? Caras, a Nação, intelectual e esporrenta, não está iludida. Sabe exatamente que dá problema lá na defesa quando atacante bate de frente no mano a mano. Sabe que o Luiz Antonio já demonstrou ser uma peça de profunda segurança (o cara é um adulto, um capeta em forma de guri). Sabe que o Deivid fez gol e participou de jogadas de outros gols, mas também não dá pra confiar o tempo todo. Aquele golzinho babaca que ele perdeu quase que lhe custa o que restava de moral. Mas, ok, essas coisas “fazem parte do mundo do futebol”.

Com essa consciência de classe, de projeto e de passado, a torcida-cabeça-que-corneta-apoiando sabe que nosso time é foda. É o melhor ataque sem atacante e está entre as melhores defesas sem ainda não jogar com um zagueiro titular. Um time que fez de uma rodadinha de três pontos uma final de campeonato acima da média. Alguém aí tem dúvida que este jogo foi mais comemorado do que o protocolar e habitual carioca 2011? Tem jogo que vale a vida! Claaaaaaaro que tem a ver com a gente ter vencido e criado um novo e saboroso tabu: na Vila o Santos não nos vence. E nem em outro lugar. E nem se tiver dois pênaltis pra bater.

Eu esmago peixes mortos com as minhas mãos. Me esquivo dos espinhos. Dou as costas e vou-me embora.

Ahhhhhhh, isso é Dead Kennedys, começo dos anos 1980. Mas também é Flamengo em 2011. Uma musiquinha hínica, clássica e jornalística chamada Moon over marin. Ouve e canta junto enquanto aguarda ansioso o jogo de amanhã. Que deve lotar e que será um teste para vermos a capacidade do Mengo jogar com consciência de seu poder, mas sem deslumbramento.

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